Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 29 de março de 2017

A volta do cipó da trairagem no lombo de quem mandou dar

Da esquerda para a direita da fotomontagem acima: Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM), Wladimir Moka (MS), Kátia Abreu (TO), Marta Suplicy (SP), Hélio José (DF), Elmano Férrer (PI), Rose de Freitas (ES) e Simone Tebet (MS) (Foto:Viomundo).

Nove, dos vinte e dois senadores que compõe a bancada do PMDB naquela Casa, posicionaram-se contra a terceirização selvagem aprovada na Câmara Federal, entendendo que "o texto aprovado precariza as relações de trabalho, derruba a arrecadação, revoga conquistas da Consolidação das Leis do Trabalho e piora a perspectiva de aprovação da Reforma da Previdência".

E dizem mais, que defendem "a regulação e regulamentação das atividades terceirizadas que já existem e não a terceirização ampla e irrestrita, como prevê o projeto".

Este blog sempre teve claro que o PMDB são vários, isto é, uma federação de interesses difusos que só se unia quando essa união contemplava ganhos a todos. Isto ocorria recorrentemente em períodos eleitorais. O medo da sangria persecutória também os uniu no golpe.

No entanto, agora, percebe-se que um espectro ainda ronda a Câmara Federal. É o legado de Eduardo Cunha e sua agenda parlamentar recheada de negociatas que atendam interesses de corporações empresariais e do mercado financeiro, conforme histórico recente naquela Casa de Leis, pelo menos desde os tempos em que Michel Temer a presidia e nomeava relator Eduardo Cunha de toda e qualquer matéria que pudesse render alguma propina na medida em que um interesse escuso pudesse ser contemplado, conforme afirmou Ciro Gomes a Paulo Henrique Amorim.

Todavia, boa parte do PMDB do Senado Federal não se movimenta dentro desse esquema e terá um prejuízo enorme, caso chancele mais essa tenebrosa transação da lavra cunhista/temerária, pois todos ou a grande maioria os subscritores da nota cujos trechos são citados acima devem submeter-se ao julgamento das urnas, em 2018.

Fora, talvez, Romero Jucá, este bastante afinado com o esquema montado pela gangue do Temer, tem independência política e financeira em relação à picaretagem comandada pelo hoje detento Eduardo Cunha. Não por acaso, mesmo preso, Cunha continua nomeando ministros de sua estrita confiança, caso do propineiro Osmar Serraglio.

Essa atitude dos senadores subscritores da dita nota é bem mais grave do que um simples racha da bancada parlamentar. Ela dá indícios que Temer começa a ser fritado dentro do próprio partido, na perspectiva de chegar ao julgamento a que será submetido no TSE sem esse apoio, juntando-se à rejeição de monumentais 90% da população brasileira.

Parece que as tratativas de bastidores para o período pós-Temer já estão a todo vapor. Será?

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