Um mínimo de decência jornalística deveria levar a direção da Folha de São Paulo a encerrar na próxima segunda feira a participação do senador tucano Aécio Neves como colunista, principalmente pelo elevado teor de moralismo fuleiro que seus escritos contém.
Segundo o site Brasil 247, A confirmação de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) comandou um esquema de propinas em Minas Gerais na maior obra do estado, a construção da Cidade Administrativa, feita por dois delatores da Odebrecht, Benedicto Júnior e Sergio Neves, mexe no tabuleiro da sucessão presidencial; nos próximos dias, as acusações serão também confirmadas por outras empreiteiras e Aécio será denunciado pelo procurador-geral Rodrigo Janot por corrupção passiva, entre outros crimes; é um triste fim para um personagem que teve 48,5% dos votos nas eleições presidenciais de 2014 e queimou todo seu capital político ao liderar uma articulação golpista que já desempregou 5 milhões de brasileiros nos últimos dois anos.
Ainda há suspeitas de que esse ostracismo seja fato consumado, afinal de contas, a mídia tradicional e comparsa do golpe não dá a repercussão devida ao fato: o candidato da oposição que se mostrou mais competitivo nas quatro últimas disputas presidenciais, perdendo por pouco mais de 2% dos votos, não passa de um vil larápio que carrega um código penal inteiro nas costas.
Diante da apatia da opinião pública em relação a fato tão grave, é provável que o PGR abra o inquérito discretamente, assim como a discrição certamente será a marca registrada do andamento da peça. Nunca é demais lembrar que mídia, consequentemente, opinião pública, não dão a mínima bola para o Mensalão Tucano, o oposto do estardalhaço que foi feito a quando do julgamento do AP 470, quando a espetacularização do julgamento condenou e execrou inocentes.
Enquanto isso, Eduardo Azeredo e comparsas, sabidamente larápios, renunciou mandato tornando às instâncias inferiores seu processo e daí para as gavetas da justiça. E tudo caminha pra prescrição e, caso ainda esteja vivo, permite que o bandidão Eduardo Azeredo volte a candidatar-se a cargo eletivo.
Assim como a elevação do status de outro assaltante a ministro de estado, como ocorreu hoje com Moreira Franco, sob o signo do cinismo de Romero Jucá, que declarou não haver problema ser citado na Lava Jato, as repetidas delações contra Temer, Serra, Aécio, Alckmin e demais quadrilheiros nada mudará a situação do país enquanto esses delinquentes forem blindados pela mídia cúmplice e tolerados pela justiça, que também acaba cúmplice porque opera em favor da impunidade e à margem da lei.
Por isso, Aécio continuará dando lições de moral semanais, através da moralista FSP. Ele com essa folha corrida e o jornal paulista indiferente ao que não lhe é conveniente comercialmente. Paciência!
Nenhum comentário:
Postar um comentário