Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Como em 1968


Como em dezembro de 1968, a monstruosidade cometida hoje por dezenas de parlamentares foi vendida pela mídia cúmplice como mal necessário. Como em dezembro de 1968, encenaram mandar às favas os escrúpulos de consciência. Lá e cá fingiram deixar de lado o que não possuíam: escrúpulos.

Em 1968, impuseram um ucasse pra legalizar o banho de sangue facinoroso que operavam contra desafetos do golpe. Hoje, impõe um criminoso expurgo dos direitos sociais e tornam à fome milhões de brasileiros que viveram um sonho de 13 anos sob proteção do estado.

Começa um pesadelo que se anuncia por 20 anos. Pouco provável, tamanha é a maldade que traz. No entanto, pelo pouco tempo que já tem seu simples anúncio, mesmo que dure bem menos que o anunciado, durará o suficiente pra que se faça uma viagem a um passado recente que os mais mais velhos nunca imaginaram voltar; e desgraçadamente os mais jovens dispensarão pungentes relatos a respeito, pois vivenciarão a crueza semelhante.

Olhando para trás, é possível afirmar: durou tão pouco a ventura de viver em um país em que chegou a ser divertido constatar o encontro em aeroportos da madama de nariz empinado com a família do porteiro do prédio dessa madama, algo que em vez de comemorado gerou ódio ilimitado contra quem foi responsável por colocar no mesmo espaço esse ódio de classe e a esperança ingênua.

Muitos desses esperançosos acabaram protagonizando um espetáculo surreal, ao colocarem-se ao lado daqueles que queriam expulsá-los do convívio, engrossando o coro contra seus benfeitores.

Com efeito, aquilo que começou em forma de assepsia do cenário político nacional hoje consuma-se como a monstruosa limpeza social a que se propôs, atingindo em cheio aqueles que um dia ousaram viver uma vida digna, pecado venial na visão dessa elite escrota que voltou a dominar o orçamento público.

Bye, bye salário mínimo corrigido anualmente pela inflação e crescimento do PIB; bye, bye direitos consagrados na legislação vigente, esta virou letra morta; bye, bye proteção social à velhice e à infância, os banqueiros não podem abrir mão de alguns tostões pra bancar isso; bye, bye sonho por um emprego, é tempo de mendigar.

Consumado o golpe contra os direitos dos que ainda têm força e foram condenados a sub viver, o próximo passo será dizimar as "regalias" daqueles que já completaram seus ciclos produtivos e teimavam em querer viver integrados à sociedade. Para esses, o golpismo reserva a mais cruel indigência e uma morte indigna.

Viagens a passeio, por exemplo, subsidiadas por dinheiro público saem e entra o parco ganho nu de um provento/migalha. Sai a expectativa de vida e entra a vida sem perspectiva.


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