Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Anistia e anulação: cúmplices do mesmo crime


Frustrada, pelo menos por enquanto, a anistia ao caixa 2 com que os malandros do parlamento pretendiam auto isentar-se do delito que os ungiu através de dinheiro não declarado à justiça eleitoral; eis que surge a irmã gêmea dessa manobra.

O fatal Gilmar Mendes, sempre ele, espécie de reencarnação farsesca do espartano Licurgo, agora quer condenar ao ostracismo os vazamentos seletivos da Lava Jato. Justo ele, o patrono da mais abjeta dentre todas as que compõe esse cipoal de torpezas, aquela feita por um juiz de 1ª instância contra a mais alta autoridade da república brasileira. Crime que contou com a parceria deletéria de Gilmar, ao dar curso à atitude criminosa citada.

A anistia ao caixa 2 era crime perfeito nos moldes atabalhoados preconizados por Umberto Gessinger. Ou seja, presos os petistas por essa prática que foi criminalizada por vontade dos verdugos da Lava Jato, daqui pra frente perdoa-se os que ainda estão soltos e todos os golpistas ficariam felizes para sempre.

Acontece que esse crime perfeito deixou tantos suspeitos que os moralistas de Curitiba perceberam o o nível de desmoralização a que seriam submetidos, caso concordassem com essa sandice, que se insurgiram e a vil proposta subiu no telhado.

Agora, quando a delação do fim do mundo da Odebrecht atinge as cúpulas e notórios correligionários dos três partidos responsáveis pela derrocada da democracia brasileira, Gilmar fala em anulação das delações.

Em matéria de manobras escusas, convenhamos, Gilmar está sempre um passo à frente. Mesmo com a grande quantidade de suspeitos, Gilmar parece raciocinar: por que não praticar o crime perfeito?

Sim. Dos 23 delatores até agora ouvidos, todos isentaram Lula das acusações a ele atribuídas; e Dilma é hoje, inegavelmente o maior paradigma de governante honesta, um oásis nesse deserto infestado de rapaces.

Restam os que se escondem sob a toga gilmariana. Contra eles há evidências tão cristalinas que se os falsos moralistas da Guantânamo curitibana quisessem já teriam feito um escarcéu contra esses malfeitores.

Gilmar parece raciocinar ser mais prático anular as delações contra Temer, Aécio, Alckmin e outros grandes delinquentes agora revelados, por mais hediondas que tenham sido suas práticas, porque isto significaria por um fim à Lava Jato.

Resultado: todos escapariam mas seriam vistos como suspeitos. Ou seja, viveriam daqui pra frente sob a mesma desconfiança os que foram vítimas da injustiça e os verdadeiros criminosos. Depois, a mídia cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma, invertendo o valor das reputações. Esperto esse Gilmar.

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