Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A insônia dos injustos


Um estado de exceção caracteriza-se geralmente pela personificação da lei em esbirros, cujo literal poder de fogo intimida a sociedade, elimina desafetos e mantém uma ordem jurídica dependente da vontade de suas vontades.

No caso atual do Brasil, o estado de exceção é concentrado nas mãos de juízes e promotores públicos que chegaram ao cúmulo do delírio autoritário de achar que têm a prerrogativa de afirmar por convicção, dane-se a lei, quem é honesto ou não.

Essa dependência institucional da vontade autoritária de uma corporação, além da tragédia econômica que gerou, esgarçou a política a ponto dos poderes constituídos perderem o sentido harmônico e independente que caracteriza seus funcionamentos em uma sociedade democrática.

Depois do episódio Renan, em que uma decisão do STF mandou que se afastasse do comando do Senado Federal, ele desobedeceu e o STF engoliu a desobediência. Dizem por aí que a orientação da dita desobediência partiu de dentro da própria Corte.

Assim, nessa espécie de Líbia tropical, em que apenas alguns grupos sociais são mantidos sob o império da lei, para alguns até com mais rigor que sua fria letra encerra, não chega a ser surpresa o que revela a nota, mais uma, da defesa de Lula contra as arbitrariedades baseadas na vontade do tucano/togado Sérgio Moro.

Diz um trecho da nota, "A Lava Jato, que começou investigando desvios na Petrobras, se tornou uma perseguição ao ex-presidente Lula, aceitando ações capengas e sem provas sobre um apartamento que o ex-presidente aluga e um terreno que jamais foi pedido ou usado pelo Instituto Lula para justificar uma perseguição política que tem como objetivo impedir que Lula seja candidato em 2018." 

É isso. Como diz Aldo Fornazieri, saímos das mãos do mandonismo tenentista e caímos nas mãos dos Torquemadas, Savanarolas ungidos ao papel de donos da lei com uma finalidade essencial: dar ao país o destino político que convém às elites.

Imediatamente após virar o abjeto direitista que encenou até à morte, Paulo Francis era uma espécie de papagaio de pirata daquilo que a súcia imperialista divulgava mundo afora contra Fidel; que levava vida nababesca, cercado de mulheres, trilionário e frequentador assíduo de cassinos.

Fidel morreu visto pela direita viralata como ditador, todavia, jamais voltamos a ouvir acusações como essas que o torpe jornalista convertido do trotskismo ao lacerdismo vivia a repetir.

Lula já foi dono da Friboi, do estádio do Corinthians, de um triplex, um sítio em Atibaia, sacripantas chegaram a insinuar que, quando deixasse a presidência, incorporaria ao seu patrimônio o avião presidencial, por sinal, comprado em seu governo a fim de poder ingressar em aeroportos destinados ao recebimento de autoridades em outros países, pois o que herdou colocava sua segurança em risco, talvez daí a frustração dos adversários.

Como Fidel e Mandela, é pouco provável que Lula depois de morto venha ser objeto daquelas reportagens hipócritas e lacrimogênicas com que o jornalixo brasileiro costuma tripudiar sobre seus adversários. Está aí a reporcagem a respeito da morte de paulo Evaristo Arns,semana passada,primor de canalhice global.

Lula viverá sempre como o revolucionário clássico que as elites detestam, assim ele escreveu seu nome na história do país. Será sempre o gauche que incomoda o establishment. Viverá para sempre na memória do país entre o ódio da burguesia e o carinho do povo. Por isso, esses mauricinhos de toga e convicções conservadoras postam-se acima da lei em defesa do preconceito. 

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