Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Sai o 'Pátria Educadora' e entra o 'Pátria Repressora'


Um celerado, ora exercendo o mandato de senador biônico, acusa estudantes de ocupar as escolas apenas para fumar maconha, e não em protesto pelo corte de verbas para a educação; um magistrado insano autoriza a PM usar métodos de tortura contra esses estudantes; um governante segue a linha 'repressão é a solução' e manda cortar água e luz das escolas ocupadas; outro governante, mais truculento ainda, segue sua sanha sanguinária e autoriza sua PM a reprimir com selvageria sem precedentes os estudantes de seu estado; um movimento de direita, financiado por milionários estadunidenses ligados à extrema direita do Partido Republicano dos EUA, forma gangues e tenta invadir as escolas ocupadas e provocar confronto com aqueles que reivindicam melhoras na educação.

Grosso modo, esse é o quadro da 'Pátria Repressora', espécie de programa não assumido pelo golpismo para tratar a educação pública, baseado no obscurantismo pedagógico e corte de recursos para a educação, o que resultará no definhamento de programas que no passado recente criaram a expectativa de oportunidades iguais a todos os jovens em idade escolar.

Como disse um meliante ora investido em mandato parlamentar(na verdade, pra lamentar) só vai à faculdade quem tem dinheiro, resumindo a que veio o MEC sob o comando de um vil direitista que posicionou-se publicamente contra todos os avanços pedagógicos verificados nesses pouco mais de 12 anos de governo petista.

Assim, sai a 'Pátria Educadora', com seu FIES que oportunizava a todos o ingresso em uma universidade; o Enem, que qualificava o estudante para ter um ingresso digno no ensino do 3º Grau; o Pronatec, que restabeleceu o ensino técnico no país depois que foi quase dizimado pela privataria; o 'Ciência sem Fronteiras', que permitia intercâmbio cultural de acadêmicos brasileiros com outras realidades pedagógicas e entram as infames 'escola sem partido'; a proibição de debates a respeito de gêneros; a Moral e Cívica, joia da coroa pseudo pedagógica dos golpistas fardados de 1964 em substituição ao ensino de Filosofia e Sociologia; e entra principalmente o processo de sucateamento das escolas públicas em todos os níveis, mercê dos brutais cortes de recursos com a volta dos 'gastos',no lugar de 'investimentos'.

Para um país cujo Ministério da Educação  regula mais ou menos a idade de alguns mentores do sinistro golpe jurídico/parlamentar/midiático que está trazendo essa tragédia, trata-se de retrocesso lamentável, na medida em que nos fará  abdicar de avanços e perspectivas de atingirmos metas do milênio preconizadas pelo UNICEF, fazendo-nos tornar aos anos 90 do século passado, quando as universidades públicas quase foram fechadas e nossos índices de aproveitamento podiam ser desdenhados por todos os demais países da América do Sul.

Com efeito, em pouco menos de um semestre de desgoverno o golpismo está proporcionando um desmonte tão brutal da educação brasileira e suas conquistas recentes que não será surpresa se, dentro em breve, recriarem o vetusto Projeto Minerva com ênfase no ensino da exumada 'Educação Moral e Cívica' a fim de formar cidadãos à imagem e semelhança dos Crivellas da vida. Triste!

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