Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Da apatia à turbulência

Quarenta por cento dos brasileiros consideram ruim/péssima a administração golpista de Temer e igual percentual dos que ganham até um salário mínimo não compareceram ou votaram em branco, na cidade de São Paulo. De resto, o fenômeno da abstenção verificada entre os mais pobres ocorreu de forma inédita em todo o país.

Os que foram votar deram vitória esmagadora ao conservadorismo, principalmente PMDB e PSDB. Juntos, esses dois partidos venceram em umas duas mil prefeituras, em um universo de 5500, enquanto o PT, que em 2012 tinha elegido cerca de setecentos prefeitos, dessa vez mal chegou a 250.

É desse quadro de aparente fortalecimento político pelo resultado das eleições que os 'vencedores' imaginam vir a legitimidade para suas medidas anti povo, com a volta ao cenário do final dos anos 1990, quando o governo FHC implantou a privataria que destroçou o patrimônio construído pelo povo brasileiro e legou os índices econômicos mais deploráveis de nossa história recente.

Destruir o SUS e as conquistas recentes na área da educação acabando com o financiamento desses dois setores terá consequências danosas do ponto de vista social, com grandes possibilidades de gerar tensões nas proporções das verificadas em 2013.

A destruição de conquistas no âmbito trabalhista, casada com a queda do poder aquisitivo da classe trabalhadora deverá ter efeito semelhante, assim como o corte na assistência social, esta medida desumana na medida em que atinge as pessoas em uma idade em que nada mais podem fazer por si.

Entregar nosso pré-sal nas mãos das petrolíferas estadunidenses de nada adiantará pra tentar minorar a situação que criarão. Qualquer paliativo enganador esbarrará na tunga de conquistas já inscritas no orçamento.

Assim, os prefeitos do campo conservador terão pouco a comemorar após tomarem posse. A dura realidade que encontrarão os fará mais que parceiros políticos do golpismo que contribuiu para elegê-los. Os tornará muito cedo aliados da antipatia contra quem promete o céu e entrega um inferno em chamas.

Independente de quem esteja no comando do país, em 2017, se os golpistas ou o golpismo dentro do golpe, certo é que a situação mais branda que se afigura é essa gigantesca indiferença popular. No entanto, diante do agravamento do quadro social, o mais provável é estarmos vivendo uma situação onde a violência é a prova dos nove na busca da sobrevivência. A conferir.  

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