Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 25 de setembro de 2016

Tucanos colocam em marcha nova tentativa de fazer eleições indiretas


Ex-presidente, o tucano FHC deixou que a opinião pública percebesse os primeiros tons de cinza, na manobra política em marcha. O sociólogo Fernando Henrique Cardoso traça um panorama sombrio sobre o futuro do presidente de facto, Michel Temer. Em entrevista ao diário conservador Folha de S. Paulo, neste domingo, o articulador prevê “sangue, suor e lágrimas” nos próximos meses. Em quantidade suficiente, presume-se, para que a atual gestão seja forçada a chamar novas eleições. Mas não antes de Janeiro do ano que vem. Caso contrário, haveria a necessidade do sufrágio direto do eleitor, nas urnas: as Diretas Já!

Nos planos tucanos, melhor seria a convocação de eleições indiretas, somente no ano que vem. Assim, não faltariam candidatos da legenda conservadora para concorrer em um Congresso dominado pelas forças da extrema direita.

— Não vejo que o governo tenha como tirar proveito (eleitoral) dessa situação em dois anos — disse FHC à repórter Daniela Lima.

FHC admite que, “uma vez que não tinha alternativa senão apoiar o impeachment – era óbvio que era inevitável –, (o PSDB) teve que assumir uma responsabilidade. Acho que fez bem ao condicionar isso a que o governo atue (segundo uma agenda)”.

Demandas dos tucanos

Ex-presidente da República que ostenta os piores níveis de popularidade na História recente do país, FHC navega em águas conhecidas. Não resta muito a Temer, concorda, senão atender às demandas clientelistas, as mesmas que minam sua permanência no Palácio do Planalto.

— Se o PSDB não tivesse essa posição, o presidente também não teria como resistir às demandas clientelistas. Temer tem noção de seu momento histórico. Tem que fazer coisas que não são populares, tomar decisões que podem não agradar, sobretudo às corporações. O desafio é chegar ao outro lado, 2018. Mas só vai chegar se tivermos um horizonte de esperança — prevê.

Caso os sinais de “esperança” desapareçam, o passo seguinte está descrito em artigo do jornalista Gilberto de Souza. Editor-chefe do Correio do Brasil, Souza percebeu que “começa a se desenhar, no horizonte político brasileiro, a alternativa que leva o golpe de Estado (…) a um novo patamar”.

“O prazo é exíguo”, acrescenta o jornalista, em artigo publicado no CdB. “A fritura de Temer precisa durar até dezembro deste ano. Em Janeiro, se o cronograma disseminado pelas redes sociais estiver correto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já terá cassado a chapa Dilma-Temer”, afirma.

Este editor baseia sua informação na análise, ao Correio do Brasil, do juiz José Ribamar Santos Vaz, corregedor eleitoral reformado. Santos afirma que “a Carta Magna Brasileira, no seu artigo 81, fez regulamentar o aspecto sucessório do Poder Executivo Federal, em caso de Vacância, estabelecendo, textualmente, o seguinte:

“Art. 81 – “vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Republica, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a ultima vaga“.

“§ 1º ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga pelo Congresso Nacional, na forma da Lei”.

Líder impopular

FHC segue em linha com os indícios dos planos em curso no ninho dos tucanos. Pretendem cozinhar a gestão de Temer ‘em banho-maria’, até os últimos meses deste ano, quando espera ver um novo movimento, nas ruas.

— Os assolados pela crise ainda não se manifestaram. Quem esteve na rua antes foi outro tipo de gente e quem está agora é militância. Com essa grande massa não houve conexão. Pode haver? Pode. É perigoso? É — acrescenta o ex-presidente.

Para FHC, caso Temer não consiga se explicar, junto à opinião pública, a situação tende a se deflagrar e “cair na cabeça dele”.

— Já, já o PT vai começar a gritar que é culpa do Temer — conclui.

Nenhum comentário: