Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Sem provas cabais, mas por convicção, Moro aceita denúncia contra Lula


O juiz federal Sérgio Moro aceitou nesta terça-feira (20) a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, a mulher dele, Marisa Letícia da Silva, e outras seis pessoas sob a acusação de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.

Lula se torna réu pela segunda vez na operação e agora será julgado pelo próprio Moro, responsável pelos casos de quem não tem foro privilegiado. Caso seja condenado, ele ficará inelegível nas próximas eleições presidencias.

Moro disse que os elementos apresentados na denúncias “são questionáveis”, mas que são suficientes para o recebimento da denúncia.

“Certamente tais elementos probatórios são questionáveis, mas, nessa fase preliminar, não se exige conclusão da responsabilidade criminal, mas apenas justa causa”, escreveu o juiz no despacho.

Na coletiva da semana passada, os procuradores da Lava Jato trataram Lula como como “o comandante máximo” do esquema de corrupção na Petrobras embora não tenham, segundo eles próprios, nenhuma “prova cabal” de que o ex-presidente teria sido beneficiado.

Segundo os procuradores, Lula recebeu R$ 3,7 milhões de propina de empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras, por meio de vantagens indevidas, como a reforma de um apartamento triplex no Guarujá (SP),e pagamento de despesas com guarda-volumes para os objetos que Lula ganhou quando estava no cargo. As vantagens teriam sido pagas pela empreiteira OAS.

Após a divulgação da denúncia, os advogados de Lula afirmaram que as acusações fazem parte de um “deplorável espetáculo de verborragia da manifestação da força tarefa da Lava Jato”.

“O MPF elegeu Lula como maestro de uma organização criminosa, mas esqueceu do principal: a apresentação de provas dos crimes imputados. “Quem tinha poder?” Resposta: Lula. Logo, era o “comandante máximo” da “propinocracia” brasileira. Um novo país nasceu hoje sob a batuta de Deltan Dallagnol e, neste país, ser amigo e ter aliados políticos é crime”, argumentou a defesa.

A denúncia foi muito criticada até mesmo por opositores históricos de Lula e do PT como o colunista Reinaldo Azevedo, da Revista Veja, que afirmou que o documento “constrange os meios jurídicos” e que a acusação, apesar de tentar demonstrar que Lula chefiava uma organização criminosa, não apresentou provas, o que seria um “erro primário, fruto do açodamento e do estrelismo”.

A imprensa internacional também fez duras críticas aos procuradores. O jornal estadunidense The New York Times escreveu que as únicas acusações contra Lula, considerado pelo MPF como um “comandante” dos esquemas de corrupção, pairam sobre um apartamento no litoral de São Paulo que não chega perto dos patrimônios ou dos esquemas financeiros de outros políticos acusados de corrupção.

Já o francês Le Monde foi ainda mais duro e classificou as investidas contra Lula como “uma verdadeira inquisição”.
(Portal Forum)

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