Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 11 de setembro de 2016

Ciência, magia e pesquisa eleitoral


Já adentramos ao período em que os institutos de pesquisa assumem o protagonismo eleitoral/midiático a fim de vender a ilusão do equilíbrio quando lhes convém, melhor dizendo, ao manipular números induzir as pessoas a crer em um equilíbrio que de fato inexiste, pois isto cria a ideia de vencedores e derrotados a priori.

Hoje, o IBOPE publica outra pesquisa de intenção de voto pra Belém, já dando pistas do "trato" pra facilitar a vida do oficialismo.

A primeira coisa que chama a atenção é a queda de um ponto percentual do candidato do PSOL, Edmilson Rodrigues, favoritíssimo a vencer a disputa. Na pesquisa espontânea, sem que seja referido qualquer nome, Ed chega aos 31%, podendo ser 35%, já que a margem de erro é de quatro pontos percentuais.

No entanto, na estimulada, como já referido, o psolista tem apenas 36%. Em São Paulo, outro instituto de credibilidade tão suspeita quanto o IBOPE, o Datafolha, fez pesquisa que revelou estar o atual prefeito Fernando Haddad na liderança com 6%, na pesquisa espontânea. Todavia, quando foi pra estimulada, Haddad caiu para quarto lugar, subindo apenas dois pontos percentuais, enquanto os demais subiram de cinco pontos pra cima, como se fossem maravilhas reveladas ao encantamento popular.

Aqui em Belém, o atual prefeito teve sua rejeição reduzida de 50%, revelada na pesquisa anterior, para 36% na presente. Claro que marqueteiros e os cientistas de plantão dirão que isso pode ser decorrente da propaganda eleitoral, ora sendo exibida na tevê e bláblábláblá.

Claro que se trata de acintosa empulhação, primeiro, porque a peça tucana não traz nada de especial que leve à persuasão do eleitorado deixar de rejeitar o prefeito em níveis tão altos; segundo, a administração igualmente não apresentou nada de extraordinário a ponto de fazer o atual alcaide subitamente um candidato palatável, quando o dia-a-dia das ruas indica que nada mudou e Zenaldo continua sendo uma espécie de Cris da série televisiva, odiado por todo mundo.

Diante dessa rodada de pesquisas hoje apresentadas pelo IBOPE, não será estranho se na próxima Zenaldo já aparecer à frente do balístico Éder Mauro, consolidando no imaginário popular a derrocada do parlamentar, induzindo parte do eleitorado a migrar pro bastante antipático prefeito.

Na próxima, a uma ou duas semanas da eleição, é provável que o quadro esteja dado como concretizado e o oficialismo beneficiado pelos números suspeitos que entram em cena nessas ocasiões.

Seria bom que os cientistas políticos recorressem a alguns dos mais sagrados parâmetros da ciência a fim de decifrar esse enigma de meia pataca. Deveriam aflorar o espírito crítico e a dúvida que devem nortear o caminho das descobertas, sem aceitar como verdade absoluta eventuais armadilhas feitas por circunstancias "gênios malignos" que ludibriam as boas crenças. Prestariam um grande serviço ao eleitorado, bem como colaborariam pra que alguns vícios recorrentes fossem extirpados do nosso processo eleitoral. E muito estariam fazendo, certamente.

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