Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A concessão da administração da Cosanpa


Desde a campanha pra governador do Pará, em 2010, que Simão Jatene já cogitava transferir a administração da Cosanpa para a paulista Sabesp. Ocorre que, nesse período, o governador Geraldo Alckmin também começou a fazer uma série de cagadas administrativas que inviabilizaram a transação por falta de recursos.

Agora, o BNDES anuncia um programa de concessões estaduais na área do saneamento, que deverão ser encampadasadas pela iniciativa privada, segundo desejo manifestado pela golpista Maria Silvia Bastos Marques, ora à frente daquele banco. No entanto, diante da indigência na gestão dessas companhias, nosso exemplo é um dos melhores do país, é pouco provável que algum empresário se interesse em assumir esse mico. A não ser que apareça dinheiro público que mitigue os efeitos desse risco.

Por isso, já há também o anúncio da disponibilidade de R$30 bilhões nos bancos públicos para financiar essa aventura. Resumo da ópera, os concessionários até podem ser da iniciativa privada, mas o dinheiro que bancará esse risco será tirado dos cofres dos bancos públicos.

Apesar de tratar-se, pelo menos por enquanto, de concessões públicas à responsabilidade da iniciativa privada, consequentemente, por tempo determinado em contrato, diferente da privatização que vende a um investidor privado uma companhia pública, no caso brasileiro, sempre por um preço vil, como ocorreu com a Celpa, pra ficar apenas no exemplo do Pará, percebe-se que o modelo adotado segue a malsinada privataria tucana.

Consequentemente, necas de esperança na melhoria do abastecimento. A não ser que os preços fiquem tão salgados quanto a água do mar, tornando proibitiva a água que era doce. Aí teríamos a alternativa dos poços artesianos, solução recentemente festejada pelo panfleto tucano/liberal, certamente já sabedor dos próximos passos de Simão no rumo da transferência da responsabilidade da Cosanpa para terceiros.

Como isto terminará não se sabe. No caso paraense, onde a água é uma dádiva divina, não será estapafúrdio que o tal poço artesiano seja tão presente nas casas como uma porta ou uma janela. Nesse cenário pós apocalipse, a Cosanpa não passará de retrato na parede. Tomara que com um pouco mais de sorte do que aquela caixa dágua que havia perto da fábrica Palmeira, por sinal, ambas, Palmeira e caixa dágua, destruídas pela mesma boçalidade que hoje vê o bastecimento de água não como uma obrigação do poder público, mas como um nicho do mercado capitalista cujo papel principal é dar lucro.

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