Estamos às vésperas de mais um episódio acanalhado que se constitui o relacionamento entre o prefeito de Belém e os donos do transporte coletivo da capital paraense. Como sempre, o reajuste da tarifa será em percentual superior à inflação do período, devendo chegar seu valor a 75% do cobrado na cidade de São Paulo, que não é nenhum espetáculo, mas, perto dessa indecência que é o de Belém, parece coisa de primeiro mundo, com seu bilhete único, corredores exclusivos, regularidade na circulação e veículos limpos.
O indefectível Zenaldo, Zenada pra população, rebelou-se contra o reajuste do salário mínimo vigente e negou o pagamento do mesmo ao funcionalismo municipal. No entanto, tratou de usar a inflação pra remunerar o preço desas geringonças que essa camarilha mal acostumada, rapace e corrupta do Setrans-Bel oferta gregamente ao povo da cidade.
Pelo menos dessa vez não usaram o cínico artifício da melhoria da frota, muito menos o alcaide posará pra fotos com aquele sorriso de aeromoça paraguaia, fazendo propaganda enganosa com a parte ínfima da frota em condições de trafegabilidade. Tudo será a seco, em processo sumário e sem direito aos 'ais' fatais, decorrentes de mais essa tunga zenaldista contra o bolso do trabalhador.
Lasque-se a Lei Orgânica e seus princípios humanizadores do serviço de transporte coletivo. A atual gestão só vê um à sua frente: o lucro do empresariado que explora(e como) o negócio. Os demais, não passam de letra morta na medida em que são incompatíveis com aquele. Mesmo que isso signifique estarmos submetidos ao império de foras-da-lei. Lamentável!
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