Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 12 de março de 2016

Ou não...


Paulo Henrique Amorim afirma, na sua sempre interessante TV Afiada, que PMDB, DEM e PSDB já fecharam acordo em torno do impeachment, por não verem no governo Dilma qualquer vontade política pra enfrentar o Moro e o STF, que estão nos calcanhares de capas pretas pemedebista. PHA diz que algumas dessas lideranças estão com um pé dentro da cadeia, sendo a tal prisão uma questão de tempo se nada for feito nos bastidores pra impedir o seguimento desses processos.

Pode ser e é até bastante procedente o alerta a respeito dessa articulação golpista. No entanto, é sempre bom lembrar que não existe um só PMDB. Há tantas divisões internas na sigla quanto os feudos políticos espalhados por esse imenso Brasil. E mais: até hoje, o que sempre os uniu foi a divisão proporcional dos espaços de governo, qualquer governo que tomavam de assalto, algo que vem ocorrendo desde 1985.

Como a conciliação sempre foi a marca registrada desse protagonismo, tudo até aqui foi sempre feito de forma pacífica. Todavia, em razão da atual conjuntura marcada por investigações feitas a respeito da vida de todo mundo, as coisas tendem a ser feitas mais sob tensão do que por acertos longamente negociados.

Nesse sentido, a tendência natural é a ocorrência de exclusões de alguns desses grupos e o consequente risco de perda de representatividade,tanto interna quanto externa. Um acerto envolvendo os mandões das três legendas citadas por Paulo podem até contemplar os dois partidos, o DEM é mero coadjuvante, em estados como São Paulo, Pernambuco, Alagoas, Ceará. Rio Grande do Sul, Bahia, talvez mais uns três ou quatro.

O problema é que há outros estados onde a relação entre tucanos e pemedebistas é de confronto brabo, em algumas situações, até mais tenso do que entre tucanos e petistas,por exemplo, Pará, Paraná, Maranhão, Paraíba. E há casos em que essa situação de beligerância ocorre dentro do próprio PMDB,como Rio de Janeiro e Minas Gerais. No primeiro, é pouco provável que o grupo do governador Pezão aceite a hegemonia total de Moreira Franco; e Minas Gerais,onde deve haver resistência à volta do controle político total do estado pelo tucano Aécio Neves, via sufoco imposto à parcela que hoje está com Dilma.

Juntando todas essas partes, que talvez não sejam contempladas no acerto citado por PHA como estão hoje, é possível arranjar internamente votos suficientes pra somar com os de outras legendas e impedir a deposição de Dilma.

Assim, Renan, Jucá e outros devem ter lá seu plano B para sobreviver às investigações da justiça brasileira e não ficar dependendo apenas dessa manobra radical. Afinal, Renan, por exemplo, já esteve em dificuldades semelhantes quando teve que renunciar à presidência do Senado para preservar o mandato. Por isso, o bicho pode não ser tão feio quanto parece.

Então, mais uma vez restará a tese do sangramento. Medida bem mais plausível na medida em que enfraquece o partido de Dilma e aumenta as chances dessas legendas conspiradoras na disputa presidencial de 2018.

Isto tudo acima relatado pode não ser certo, nem provável. Porém, como naquele comercial em que dois apostadores procuram um vidente para orientá-los nos palpites dos jogos da Copa, e saem chamando o tal vidente de charlatão por prever o resultado de 7x1, entre Alemanha e Brasil, nesse caso do impeachment, de tão enrolado que está, todos os palpites têm a mesma chance.

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