Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Mais uma vez, a direita passou a perna nos "profissionais"


Como diz, hoje(14), a colunista da Folha Tucana(FSP), Monica Bergamo, "O impeachment volta a ser, para parte da oposição e seus aliados, o caminho tido como o mais viável para a tentativa, considerada urgente, de afastar Dilma Rousseff do poder..."

Por que? Porque Temer, Aécio, Renan e Cunha estariam a um passo da desgraça que viria causada por denúncias na Lava Jato. Tanto Monica quanto Paulo Henrique Amorim cantam essa pedra, daí a urgência de apear Dilma e assim arrefecer a ira do Gilmar da 1ª instância, por sinal, definitivamente alçado à condição de opção global para ser o nosso Silvio Berlusconi.

No entanto, há um problema muito sério a atrapalhar essa nada sutil operação-abafa: crescem manifestações de rua a favor do governo, extensivas à defesa da democracia e de Lula, vislumbrando-se nisso a perspectiva de venezuelização do quadro, marcado por confrontos de rua e muita tensão política. Está aí a Globo, alvo de seguidos protestos em frente de suas sedes, que não nos deixa mentir.

Além disso, apesar da mídia superfaturar os números de manifestantes que foram às ruas protestar contra o governo, foram desmentidos pelas imagens geradas por essa própria mídia. O jornal Diário do Pará divulgou, ontem, dia do protesto, na sua versão on line que os organizadores calcularam em 4 mil o número de manifestantes presentes. Pois bem, hoje, em sua versão impressa, o mesmo DP fala em 50 mil. E não se diga que foram informações baseadas na presença do público em horários diferentes. Em Belém, a primeira a gerar imagens para a GloboNews, a manifestação começou às 9hs, e a notícia do DOL foi veiculada depois das 11hs.

Também, em São Paulo, a divulgação dos dados é pura alquimia numérica. Uns falaram em 1 milhão, outros, mais comedidos, em 500 mil. Um engenheiro que estuda a ocupação desses espaços, há especialista pra tudo hoje em dia, afirma que não cabe essa quantidade de pessoas, simultaneamente, nos cerca de 4km da Paulista. Como os ocupantes não preenchiam nem a metade daquela via, mais provável que o pico do público presente tenha ficado em torno de 100 mil pessoas.

Há outros casos flagrantes, mas bastam esses dois para ilustrar a afirmação artificial de que o povo estava nas ruas, o jornal do governista(imagine!) senador Barbalho mancheteia que foi "Um dia histórico", em flagrante postura oportunista de quem é mestre na arte de navegar em dois barcos. Fato é que não havia povo nas manifestações, somente a classe média branca, sendo a imagem mais aquela feita no RJ, em que um casal trajando verde/amarelo caminha na frente e mais atrás vem a babá fardada conduzindo o carrinho do bebê daqueles protestantes.

Claro que, em uma situação de confronto, essa tribo chic jamais irá às ruas enfrentar verdadeiros militantes políticos. Lançará mão de suas hordas selvagens para que os represente no confronto que parece cada vez mais palpável. Neonazistas, black blocs, punks, MBL e assemelhados deverão seguramente ser arregimentados para o embate físico.

Aqui, como ocorreu na Argentina, a tendência é do surgimento de uma figura carismática aparentemente distante da política tradicional. Lá, foi o Macri; aqui, a bola da vez é o justiceiro Sérgio Moro. Enxotados da avenida, resta saber como reagirão figuras como Alckmin e Aécio, de resto, símiles famigerados de Carlos Lacerda, aquele que tanto lutou pelo golpe, em 1964, e acabou chutado pelos militares.

Resumindo: a direita quer ver o PT fora do governo, não importando os meios pra se chegar a esse resultado. Serve até lançar mão de Eduardo Cunha, que comandou a convenção pemedebista que quase aprova rompimento com governo, depois, descarte-se Cunha e eleja-se um governo de honestos. Resta saber se Jader, Pezão, Newtão Jr e outros pemedebistas ressabiados cairão nesse conto.  

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