Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 31 de março de 2016

A vitimização velhaca da governança paraense


O governador do Pará não obedece a legislação que determina ser o piso salarial dos professores públicos R$2,135,00. No entanto, seus técnicos juram pela fé da mucura que o Tesouro estadual teve surrupiados, nos últimos vinte anos, R$29,6 bilhões de compensações devidas pela União, mais precisamente desde o início da vigência da famigerada Lei Kandir, por sinal, contra a qual jamais se soube de qualquer atitude decente do atual governador. Pelo contrário, sempre manteve o mais resignado silêncio ante o que determinou a bancada de seu partido, inclusive o autor dessa lei, aceitando seus efeitos maléficos, portanto.

Ao cortar 20% do orçamento vigente, deve o o governador Simão saber onde o sapato dos gastos aperta o calo da austeridade devida, sendo essa sensação pessoal e intransferível. Todavia,  as próprias despesas anunciadas como objeto da redução, como corte de diárias, corte na locação de veículos, corte na contratação de servidores temporários, entre outros, quando se tornam estorvo orçamentário a ponto de constituir percentual na monta de 1/5 daquilo que foi programado para todo o exercício financeiro, é porque há algo errado e esse corte representa, para dizer o mínimo, atitude responsável mas tardia.

Sem entrar na minúcia da execução orçamentária, até mesmo porque não acompanho amiúde essa execução. não posso deixar de observar que o corte é peça confessional de eventuais e sistemáticos usos indevidos de determinadas atividades de custeio para prover interesses inconfessáveis a ponto de ter que refrear tamanho desfrute.

E aí a porca torce o rabo até o sangramento, diante dessa contradição: um governo acena com austeridade ao mesmo tempo que reclama por compensações em relações a perdas provenientes de uma lei nefasta. Vale dizer, o refresco virá não de remédios prescritos por ação responsável e continuada, e sim por circunstanciais benesses.

E, quando surgiu ocasião propícia para que o governo desse uma resposta demonstrando que não se resignava à condição de dependente da União, Simão deu de ombros e deixou o mato crescer sobre a espetacular e histórica ocasião de nos fazer um polo industrial livre da condição de província, mandando a ALPA às favas.

Com efeito, um governante que está no poder, seja como secretário de estado seja como titular do governo estadual, desde os tempos do início da vigência da tal Lei Kandir e por omissão ou resignação vê o estado que governa ser surrupiado em R$29 bilhões, no mínimo é contribuinte desse escárnio, devendo ser visto mais como cúmplice do que réu.  

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