Ações modernosas+ compensações= ação entre amigos

Simão Jatene age como aquele filho que declara sua independência, esculacha os pais, sai de casa. Mas depois volta pra pedir dinheiro, pois está numa pior.

Simão, como secretário de planejamento do governador Almir Gabriel, é tido e havido como o grande timoneiro do processo de privatização da Celpa e manteve-se alheio aos inúmeros problemas dessa malsinada ação decorrentes, até que entrou novamente em cena como fiador da compradora da ex-estatal paraense de distribuição da energia elétrica no Pará, a Norte Energia, papagaio pelo qual o contribuinte paraense parece ser responsável até hoje e sabe-se lá até quando, decorrente da falência daquela empresa privada.

Por isso, a ida do governador tucano ao governo federal solicitar compensações pelo uso de recursos naturais, como mineração e energia, a propósito da entrada em operação da hidrelétrica de Belo Monte, soa estranho pra não dizer hipocritamente politiqueira, ou politiqueiramente hipócrita. Dá no mesmo.

Enquanto isso, não diz um 'ai' a respeito da famigerada Lei Kandir, a grande trapalhada tucana que nos condenou à mísera condição de produtores de commodities, muito menos faz qualquer movimento em favor do nosso desenvolvimento, tendo sido o grande responsável pelo sepultamento da 'ALPA', fazendo a felicidade dos dirigentes da privatizada Vale.

Tornou-se mantra conservador de tucanos inoperantes transferir ao governo federal a responsabilidade por desmandos administrativos que cometem. Esse pedido por compensações argentárias inscreve-se cristalinamente nesse tipo de transferência, mesmo depois da redução do tamanho do estado vendendo patrimônio a quem será o maior beneficiário pela distribuição da energia, Simão quer compensações por aquilo que abriu mão. Típico de quem não ultrapassa a condição de feitor de 'ação entre amigos' como famigerada marca que, a propaganda também amiga, tenta vender como governança moderna. Triste!