Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

PTXGOVERNO


O governo e sua base estão divididos entre os que acham que a saída está em apresentar políticas públicas que agradem o mercado; e os que acham que isto é absolutamente inútil porque até agora, desde sua reeleição, Dilma não tem feito outra coisa e a situação econômica só piora.

Depois do equino troiano defenestrado no final do ano passado, o ponto que vem gerando atritos é a insistência no debate a respeito da reforma da previdência. Ainda que a presidenta tenha dito recentemente que essa reforma não é pra agora, há uma insistência irritante em mante-la na pauta em claro afago ao neoliberalismo que dorme, sonha e acorda pensando em eliminar direitos sociais.

Curioso é que a fórmula 85/95, que significou um grande avanço em relação ao famigerado 'fator previdenciário', que os tucanos criaram justamente para subtrair ganhos dos aposentados, está com vigência prevista até 2018, o que daria ao governo parâmetros pra iniciar o debate lá para meados do ano que vem, bem como a oportunidade que se faça aquilo que Lula sugeriu: explicar bem direitinho como ficará a previdência social sob uma reforma que se pretende decente.

Como bem lembrou o senador Paulo Rocha(PT/PA), há tantos temas que poderiam ajudar as finanças do governo e que precedem uma reforma previdenciária, tais como taxação das grandes fortunas, uma nova tabela de imposto de renda que cobre de forma progressiva tributo daqueles que mais devem pagar, taxação dos grandes capitais, entre outros, que adiantar uma reforma em que a mídia convocará seus 'especialistas' para centrar fogo na necessidade de se tungar direitos sociais significará, mais uma vez, a adoção do receituário neoliberal, defendido pelo candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais.

Nesse sentido, torna-se urgente que a legenda vencedora daquela eleição, o PT, as centrais sindicais, movimentos sociais e população em geral sentem e discutam aquilo que está na ordem do dia das reivindicações da população, grande parte dessas reivindicações contidas naquilo que a bancada petista no Senado Federal chamou de "legado de Lula" e contra o que o governo vem se insurgindo.

Com efeito, esses afagos governamentais aos que trabalham incessantemente pelo retrocesso social, pela consolidação da concentração de renda, ainda que às custas da volta da miséria aos lares de milhões de brasileiros, precisa ser combatida na medida em que vai na contramão daquilo que fez de Lula o maior presidente da história deste país.

Se o debate for inevitável, que seja feito. Nos moldes em que a tradição petista ensinou: em público e com a participação de todos a fim de que fiquem claros os interesses em jogo, bem como as consequências concretas de cada proposta apresentada. Só assim veremos quem, de fato, defende os avanços conquistados desde 2003, ou quem defende o retrocesso em troca da salvação da própria pele.

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