Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Insanidade

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Essa turma da Lava-Jato, a cada dia que passa, mais expõe sua obsessividade moralista na condução daquilo que era pra ser uma investigação dentro dos marcos da lei. Depois de um procurador auto proclamar-se enviado de Deus, deveria referir-se a Sérgio Moro, aquele que traria ao país a purificação pela perseguição, agora surge aquele outro procurador, que tem cara de comparsa do Peter Lorre em film noir, pra esculachar a MP governamental que prevê acordos de leniência com os executivos das empresas que se encontram presos afim de evitar a paralisia dos serviços que essas empresas prestavam ao governo, sem que isto signifique absolvição dos envolvidos com a operação comandada por Moro.

Nem isso o fundamentalista do MP aceita. Em seus delírios, vislumbra na dita MP "um retrocesso evidente. Infelizmente, o governo federal com a edição dessa medida provisória, introduziu um risco moral, pois, além de desincentivar o cumprimento da legislação com a mitigação da ameaça de aplicação imediata de sanções de inidoneidade, também deixou claro que não é do interesse do governo que o combate à corrupção avance sobre o sistema de poder econômico que sustenta a atividade político-partidária atual".

Alheio a histórica decisão do STF, que proíbe doações da iniciativa privada a partidos políticos, segue o puritano de Curitiba a condenar aquilo que imagina ser ameaça à sua missão higienizadora da política brasileira, fruto das "revelações" que determinam a paralisia total da economia do país, até a punição de todos os ímpios que nos conspurcaram. Depois dessa limpeza, aí, sim, volta-se a deixar o país funcionar, evidentemente já sob o comando da moral ilibada.

Como tudo aquilo que é demasiado é resto, a manifestação tresloucada daquele arauto da moralidade não vale um tostão de mel coado. Ao eleger quem é pecador, bem como quem é puro, prematuramente o procurador comete uma falha jurídica que deve por toda essa missão de purificação da política brasileira por terra na medida em que os fatos estão a desmenti-lo constantemente.

Óbvio que ninguém levará a sério essa tara que impede o atual governo de funcionar por ser ele uma usina de fabricação de impurezas. Mais do que o bom senso que deve presidir os atos daqueles servidores públicos encarregados de cumprir e aplicar a lei, conspira contra o fato dos eleitos pela tchurma da Lava-Jato para dar sequência à sua missão higienizadora serem os pioneiros e beneficiários de todo esse infernal cipoal de pecados. Resultado: estamos chegando a um estágio da investigação em que é necessário investigar-se o investigador. Nem que seja com um prosaico exame de sanidade mental. 

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