Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 3 de outubro de 2015

Haverá uma nova atitude pemedebista?


Para a coluna 'Painel'(FSP), a reforma ministerial operada por Dilma significou, entre outras coisas, 'a chegada da "turma do Lula" ao coração da articulação política do governo'. Seja lá o que isto signifique, convém lembrar que Jaques Wagner, Ricardo Berzoini e Aloisio Mercadante já estavam no governo desde o início, portanto, se a articulação política foi mal, inclusive quando comandada pelo vice-presidente Temer, não ocorreu pelas razões que a Folha supõe.

Muito mais arejadas são as explicações dadas pelo colunista da semanal 'Carta Capital', Maurício Dias, ao notar que governo e PMDB promoveram um entendimento, digamos, mais pragmático do que programático levando-se em conta a situação ora vivida em que o PSDB volta a usar de ardis, contornando a falta de votos suficientes nas eleições, para tentar chegar ao poder e recompor a hegemonia exercida de 1995 a 2002, com os antecedentes de quem tentou tomar de assalto o moribundo governo Collor, vindo a apropriar-se do governo Itamar, inclusive de seu principal trunfo, o Plano Real.

Ainda, segundo Dias, do alto do seu cacife de detentor da mais poderosa representação no Congresso, com 17 senadores e 67 deputados federais, senhor dos votos capazes de evitar ou promover o impeachment, além de comandar um bloco de 150 votos na Câmara, não será ingênuo a ponto de colocar essa força a serviço do golpismo tucano que, em caso do impeachment de Dilma, iria promover bombardeios midiáticos constantes para enfraquecer o pemedebismo, optando por recompor-se com o governo e em posição administrativa como nunca dantes havia ficado nesses últimos 13 anos.

Então, aconchegado às novas cadeiras da administração, o PMDB só romperá a aliança em tempo hábil para disputar a eleição de 2018 ou para arrumar novo par, conforme conjectura Dias, com boa dose de razão. Apenas caberia a observação a respeito da improbabilidade do surgimento de um novo par, nos próximos três anos, o que nos leva crer que o desenlace ocorrerá no tempo que o habilitará à disputa de 2018.

Ao ambicionar disputar espaços políticos em regiões urbanas, o PMDB mostra que pode mudar radicalmente seu modus operandi, atualmente ainda muito voltado à gestão mais provinciana da coisa pública. No entanto, a manifestação do novo ministro da saúde, em defesa da CPMF, ainda que episódica, pode significar que o partido de Temer pretende dividir bem mais que cargos no governo: pode querer ser visto como co-autor dos programas sociais que fizeram a popularidade de Lula bater nos 80% de aprovação ao deixar o governo. Será?

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