Aquilo que seus ventrílocos sugerem insinuantemente como a plataforma pós-golpe pode ser resumido em uma frase diuturnamente martelada em editoriais, manchetes e noticiário 'isento': a necessidade urgente de o país submeter-se a um lacto purga de reformas saneadoras e políticas pró-mercados.
Do que se trata, se não de embarcar o país em uma viagem de volta ao futuro reluzente prometido pelo mainstream dos anos 90, quando a sorte da sociedade e a de seu desenvolvimento foi atrelada aos impulsos dos mercados desregulados?
A capitanear o comboio local estava,então, um sempre sorridente sociólogo que disparava boutades e platitudes neoliberais, enquanto sua máquina azeitada no Congresso ia escavando um amplo túnel feito de tudo, menos de patriotismo, interesse público e desprendimento pessoal.
Pelas paredes desse sorvedouro escorreram fatias substanciais do patrimônio estatal acumulado pela sociedade brasileira no século 20; direitos sociais se esvaíram em nome de uma modernidade antipopular; e uma festejada estabilidade da moeda resultou em indigesta associação de juro alto e câmbio valorizado, que semeou as bases daquilo que hoje se denomina de 'desindustrialização'.
Quando a hora da verdade soou em 1999, e o país de moeda forte quebrou mais uma vez, sendo medicado com dose cavalar de juro de 45%, ademais de uma drástica maxidesvalorização, os crédulos nas virtudes dos mercados sem lei ficaram desconcertados.
Entre eles não se encontrava o intelectual José Luis Fiori, que em setembro de 1995, no alvorecer do reinado do sociólogo FHC, deu uma entrevista às então famosas 'Páginas Amarelas', de Veja, antecipando o que viria depois.
E virá novamente, se a mesma agenda e os mesmos interesses de então retornarem ao poder agora, na garupa de uma das variadas versões de golpe cogitadas pelas elites para engessar Dilma em 2015, e inviabilizar Lula, em 2018.
A advertência premonitória de José Luis Fiori feita há vinte anos guarda, assim, pedagógica atualidade. Vale reler seu diagnóstico:
(Carta Maior)
Um comentário:
Ribeiro, ou melhor Mário Ribeiro se especializou em escrevinhever no jornal dos Maioranas atribuindo toda e qualquer crise ao governo Dilma, ao governo do PT, esquecendo-se do passado.
Vista o pijama Ribeiro,porque ninguém mais quer ler as suas balelas.
Postar um comentário