Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Enfim, Gilmar levantou


À margem de Gilmar Mendes ter liberado seu voto, após um ano e cinco meses sentado em cima de um processo já decidido, agora realmente é que vai começar a batalha política. Afinal, não por coincidência Gilmar liberou seu voto um dia após a Câmara Federal ter decidido restabelecer a previsão legal do financiamento de pessoas jurídicas às campanhas políticas, que havia sido derrubada no Senado.

A OAB dá a entender que, já, em 2016, essa modalidade de financiamento estará proibida. No entanto, caso continue empoderado no Poder Legislativo, Eduardo Cunha deverá brigar para que aquilo que foi aprovado ontem seja mantido como norma vigente na legislação eleitoral.

Há parlamentares que entendem ser a decisão do STF uma proibição legal e constitucional já estabelecida bem antes da decisão legislativa, e que a confusão é fruto do comportamento autoritário do ministro do STF, acusado de tomar uma decisão bem mais política do que jurídica, até mesmo porque falou furiosamente contra mas não votou.

Na outra ponta dessa corda esticada está a população, a maior interessada em que as eleições sejam limpas, transparentes e decididas pelo voto da cidadania. Por mais que Gilmar, Cunha, PSDB e DEM lutem com fúria incomum para manter as regras atuais, que o STF já condenou, é flagrante que a promiscuidade recorrente entre o poder econômico e detentores de mandatos eletivos está no centro do quadro degenerado da política brasileira, daí decorrendo outras mazelas tipo emendas parlamentares, estabelecimento de prioridades em orçamentos e diretrizes orçamentárias decididas entre quatro paredes e à revelia do principal interessado: o povo.

Enfim, se impasse houver a respeito do conflito entre as decisões do Legislativo e do Judiciário é chegada, então, a hora de ouvir a voz do principal interessado, aliás, conforme esse processo chegou a dar a sensação de iniciar. A mídia sufocou criminosamente tudo que foi construído em termos de reivindicação popular para que se fizesse uma reforma política com cara de povo, principalmente depois que o ultradireitista Eduardo Cunha assumiu o controle do Poder Legislativo e a sociedade organizada ficou proibida de entrar naquela que formalmente gosta de ser chamada de 'casa do povo'. Aproveitando essa perspectiva de revitalização da organização política da sociedade brasileira, eis aí um tema que pode muito bem contribuir para fortalecimento dessa luta.

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