O investimento no esporte. Do clamor à falácia

Impregnado de viralatice global, o correspondente do SPORTV, Fábio Seixas, ressalta que o medalhista de ouro na canoagem dos jogos Pan Americanos, o baiano Izaquias Queiroz, é fruto de um programa de investimentos do governo federal em alguns esportes nos quais o país não tem tradição de competitividade, por isso a seguir fez a ressalva, pode-se questionar esse gasto em detrimento de um investimento social, mas não se pode negar o fato, que é o investimento.

Izaquias, ressalte-se, derrotou o favorito canadense, por sinal, o atleta que carregou a bandeira daquele país no desfile de abertura, fato que dá bem a ideia da importância do feito do brasileiro, além de passar de atleta desconhecido à promessa para os jogos olímpicos de 2016, contribuindo para assegurar a justeza do projeto .

Na verdade, é preciso superar a dispersão retórica da retrógrada direita brasileira, que clama contra a insegurança, irracionaliza as soluções com medidas como a redução da maioridade penal, clama por investimentos no esporte, como fez o jornal Lance, ontem(13), quando reclamou de um suposto abandono do medalhista de ouro no tiro esportivo, Felipe Wu, que treina na garagem de sua casa, ao tempo que critica quando há o investimento, retornando à patologia coxinha que urrava que não ia ter Copa, por conta dos gastos que, por sinal, saíram basicamente do capital privado, cabendo ao BNDES emprestar uma parte, dentro dos mais normais trâmites de um empréstimo bancário.

Além disso, em qualquer parte do mundo o investimento no esporte é motivo de satisfação, bem como fator de inclusão social com retorno garantido na formação cidadã. Camuflar isto não contribui para que o país crie uma política nacional do esporte, algo fundamental à inserção do esporte nessa inclusão social tão necessária no Brasil.