Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Hora de acordar, PT!


Mesmo parecendo o que é, numerologia prestidigitadora integrante do cardápio da mídia reacionária pra execrar os governos petistas, a pesquisa Datafolha é lapidar pra entender o baixo astral popular proveniente dessa anti propaganda, cujo título, se fosse um filme, seria 'Onde o otimismo não tem vez'.

Como se o clássico 'Pedro Pedreiro', de Chico Buarque de Holanda, já calejado de tanto ser otimista, de tanto acreditar, de tanto esperar pela sorte grande, por uma vida melhor, tivesse ficado de saco cheio e mudado radicalmente pra comportar-se sob o mais radical ceticismo existencial.

Claro que isso não ocorre por acaso, e o final dessa magistral composição de Chico penetra fundo na alma popular otimista por manipulação, mas em alguns instantes da sua vida sofrida e sem perspectivas cai em si e não espera mais nada. De qualquer modo, o tratamento crítico que Chico dá à sua composição revela como os aparelhos ideológicos do estado atuam no imaginário do mais vulnerável mortal, tragado pela selvageria capitalista que exclui a enorme maioria de cidadãos e cidadãs das riquezas produzidas nesse tipo de sociedade.

Não por acaso, presenciamos atualmente uma inversão na oferta da fantasia que amortece a possibilidade de indignação e a atitude rebelde. Agora tudo são sombras, o governo é pintado como um monstruoso polvo que oprime e aterroriza no dia-a-dia e no imaginário.

Isso explica que 53% considerem que a economia vai piorar, 77% que a inflação vai aumentar e 73% que o desemprego vai crescer. Ou seja, aquele que come mostra-se sensível à ameaça inventada por quem um dia tirou a comida de sua boca; o que está empregado crê na sinceridade artificialmente encenada daquele que o desempregou; e o que hoje consegue viajar de avião assimila o inconformismo, em forma de medo, daquele que abomina dividir o espaço com tantos subalternos. Daí a repetição levar à reação do anti 'Pedro Pedreiro'.

É óbvio que não vivemos um mar de rosas. Talvez fosse até dispensável dizer isso, pois a situação fala por si. No entanto, há algo nesse discurso ideológico travestido de jornalismo, de linguagem denotativa, que explica a manipulação renovada a cada ciclo de fracassos na missão de apear os petistas do governo.

Depois da fase de boatos que impactavam diretamente o imaginário popular trazendo velhos fantasmas de volta, como aquele que anunciou o fim do 'Bolsa-Família' provocando uma corrida aos bancos e justificando as agora criminalizadas "pedaladas fiscais", agora há o recurso ao discurso genérico, auto explicativo e ameaçador. Nessa nova modalidade, não é mais necessário pontuar fatos, basta dizer: nada do que está aí presta, necessitando ser substituído pelo "novo". Em seguida, é apresentado tudo aquilo que justifica o temor de volta a um passado agora confundido propositalmente ao presente. Notem que a pesquisa vem sempre precedida da frase, "se as eleições fossem hoje..."Vai que cola e essa confusão perdura até os próximos períodos eleitorais.

Diante desse quadro pintado a tinta que a chuva rapidamente leva, está um partido quebrador de paradigmas indestrutíveis, do tipo aumentar o salário mínimo eleva a inflação a níveis insuportáveis acabando por punir aqueles que tencionava beneficiar. Um partido que mostrou ser possível a esperança derrotar o medo, que desmontou a fatalidade de termos nascido para sermos campeões mundiais da desigualdade social.

Anda meio esquecido de tudo aquilo que fez em forma de contribuição ao povo brasileiro. Mas essa memória pode, e deve, ser resgatada e colocada em exposição na vitrine popular a fim de tornar este país novamente um "fabricante de chanchadas" no bom sentido rodrigueano. Livre dessa carga maldita de baixo astral que acomete essa elite tacanha e vira lata. Feito um anti flautista de Hammelin, que com sua flauta nos tire do esgoto midiático em que nos encontramos trazendo-nos de novo à luz. E só esse partido pode fazer isto.

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