Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 30 de maio de 2015

Os tocávei$

Pelo tom do noticiário, o fato merecia uma intervenção de Francis Ford Copolla. No casamento de Roberto Jefferson, PTB e DEM resolveram oficializar o desenlace do matrimônio político que agora parece não ter ido além de uma tórrida noite de amor.

Se fôssemos tomar a história como parâmetro, diríamos que essa aproximação não passava de desenho tancredista em momento de ócio, especulando a respeito de possibilidades impossíveis. Ocorre que a era pós-Golbery, em que o eleitoral dita os rumos da política tupiniquim, essa possibilidade remotíssima de outrora só não se consumou enquanto união estável e indissolúvel porque o dote foi transformado em iô iô, sem que se definisse quem tomaria conta do brinquedo.

O secretário-geral do PTB chegou a dizer que as negociações passaram da legislação eleitoral ao Código Penal, "virando estelionato, apropriação indébita". Referia-se aos R$70 milhões de fundo partidário que a nova sigla teria direito com a fusão, mas que o DEM, minoritário na composição, exigia um quorum de 60% dos membros da direção pra ser movimentado.

Apropino e Robertão discutindo finanças parece ser igual a Barbalho e Malvadeza trocando carícias oratórias em pleno Senado Federal. Tudo que dizem faz enorme sentido, porém, a mídia camarada trata tudo por eufemismos a fim de garantir que a sociedade continue ignorando como são fabricadas essas "salsichas".

De qualquer modo, a história política brasileira foi poupada de ver inserida mais essa aberração entre as tantas que a compõe. E desconfio que o governo livrou-se de boa com esse fracasso na medida em que mais bocas chegariam com uma fome de ontem perto do erário/panela. Mesmo que isso não esteja descartado, pelo menos não teremos aquela cobrança acintosa que a mídia trata como fato de grande relevância, fazendo sua parte nesse abominável vale-tudo. Credo!


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