Muita calma nessa hora!

Quando Sahid Xerfan perdeu para Jader Barbalho as eleições ao governo do estado, em 1990, lembro bem do que ouvi de um amigo jornalista, que já não está entre nós, que parte da derrota era decorrente da visão elitista dos donos do jornal que apoiava acintosamente Xerfan e cantava vitória precipitadamente, como se o estado coubesse no bairro de Nazaré. A diferença, é verdade, foi por um percentual mínimo, mas significou uma goleada contra o candidato que tinha o apoio incondicional do governador Hélio Gueiros, bem como do maior grupo de comunicação da terra à época.

Mesmo um quarto de século depois daquele episódio, parece que os mesmos arrogantes dantanho não aprenderam nada daquela lição e continuam vendo muito pouco além dessa corte virtual. Só isso explica o desdém de um escriba dessa trupe pelas chances que D. Costa teria, caso fosse, e nada indica que não será, candidato à prefeitura de Belém.

Nem falemos da tentativa de barrá-lo através do lançamento prematuro da candidatura do vereador Pio Netto, de resto um movimento tão surrado como ineficaz conforme demonstrado nas últimas eleições, quando Simão Jatene incentivou nada discretamente a candidatura, ao Senado Federal, do pastor/vereador Paulo Queiroz, aquela altura altura presidente da Câmara Municipal de Belém, primeira e fracassada tentativa de tirar do páreo Mário Couto.

Nesses tempos de fusão entre DEM e PTB, é lógico que os caciques nacionais dessas legendas assumirão o pragmatismo que sempre os guiou e não jogarão fora a oportunidade de disputar onde tiverem chances de vitória. E não se iludam aqueles que ignoram o que se passa a mais de 10 kms da sede campestre da Assembléia Paraense, o voraz ladravaz D. Costa tem voto, mais agora depois do fiasco que é a administração Zenaldo.

Quando D. Costa atirar, em eventual debate televisivo, às fuças de Zenaldo obras de sua autoria como a urbanização das avenidas Duque de Caxias, da av. Marquês de Herval, de ter deixado boa parte do Portal da Amazônia concluído, cobrar o sumiço das paradas climatizadas adquiridas para o BRT, assim como os ônibus que chegaram a desfilar pelo trecho hoje transformado em via expressa de ônibus velho, certamente fará um estrago na recandidatura que, até aqui ainda nada fez de relevante.

Pode não ganhar, até nem concorrer, o que seria  mais correto, dada a quantidade de incursões delinquentes que fez ao erário, embora a justiça até aqui nada tenha feito para sujar sua ficha de candidato. Todavia, as condições políticas atualmente postas, não permitem sequer duvidar da sua competitividade, quanto mais desdenhar de sua pretensão. Menos empáfia e mais discernimento seria uma boa postura a ser adotada.