Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 24 de maio de 2015

Momento de decisão


A impressão que passa para quem está do lado de fora do estádio(como eu), a direita está apostando todas as suas fichas na manutenção da regra que permite empresas privadas continuar financiando campanhas eleitorais, apesar de todo o desgaste desse procedimento a partir da apuração de vários escândalos e inúmeras prisões. Devem avaliar que vale o risco de desgaste, diante da generosa grana que garante pra alguns liderança política e eternidade parlamentar e/ou executiva.

Assim, percebe-se que os escribas de aluguel dessa tese já anunciam a perspectiva da manutenção da famigerada regra, em votação que deve ocorrer ainda esta semana, e veem isso como o enterro da decisão do STF que só não enterrou esse entulho por conta da acintosa procrastinação do ministro tucano Gilmar Mendes, cuja manobra escancarada desrespeitou a vontade da maioria dos ministros.

Esses escribas até entregam o tal 'Distritão' em sacrifício no altar das tratativas, até mesmo porque não acham tão ruim assim o atual sistema proporcional, maior responsável pela vigência do lema 'ganha, mas não governa', em que o eleito para exercer o executivo é obrigado a mil concessões a um parlamento pulverizado e marcado pelo fisiologismo.

Nesse sentido, constatamos pouca movimentação dos segmentos populares para fazer o enfrentamento com essa posição reacionária. É necessário lembrar que a aprovação desse dispositivo, que conserva a hegemonia do dinheiro nas eleições brasileiras, torna tudo mais irrelevante na medida em que conserva a metodologia da eleição de bancadas corporativas defensoras de interesses particulares em prejuízo do interesse comum(bancada ruralista, bancada da mídia, bancada da bala, bancada evangélhica etc), além da porta continuar aberta à entrada da ladroagem na atividade política eternizando aquilo que Ciro Gomes nominou anteontem, em evento empresarial, como um "congresso de bandidos".

Portanto, essa deve ser uma semana de mobilização popular, principalmente em Brasília onde ocorre a decisão, pra derrubar um dos dispositivos herdados da famigerada ditadura militar/empresarial que mais macula nossa história política recente, e escrever um novo capítulo, onde a vontade popular seja finalmente resgatada, se não plenamente, mas, pelo menos, tirando-a da sombra das infames tenebrosas transações que as atormentam.

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