Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 24 de maio de 2015

A coisa pública e a religião


Com a projeção de obter mais de 60% dos votos favoráveis da população, o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado na Irlanda. Ano passado, vários estados nos EUA também aprovaram a mesma medida através de plebiscitos, a quando das eleições para a renovação do parlamento.

Assim, aos poucos o mundo vai superando o preconceito e a intromissão autoritária na vida privada de seus cidadãos e cidadãs, afastando a humanidade da chamada 'Idade das Trevas', em que as pessoas viviam sob eterna vigilância e ameaça de punição.

Lamentavelmente, parece que no Brasil vivemos na contramão desses avanços. As constantes iniciativas parlamentares de deputados ligados  a seitas religiosas parecem querer nos impulsionar celeremente no rumo desse passado sombrio que não vivemos e, numa espécie de catarsis macabra, tencionam criar um ambiente de perseguição, preconceitos e obscurantismo evitando uma sociedade mais aberta através da imposição da ideia da vigilância divina que a tudo proíbe.

Curioso que muitos desses ditadores de cânones anacrônicos praticam a auto martirização, bem como movem-se com extrema hipocrisia, conforme foi constatado recentemente, quando um desses árbitros do atraso teve revelado fatos de sua vida em que praticava intimamente tudo aquilo que condena em público.

Recentemente, viu um desses dramalhões televisivos ser execrado por esses puritanos apenas porque exibiu uma cena de beijo entre duas mulheres. Curioso que essas produções são medíocres em quase sua totalidade, além de veicular mensagens subliminares contendo os mais torpes mantras. No entanto, os ditadores do atraso acham de implicar apenas com aquilo que não lhes diz respeito.

Nesse sentido, é digna de elogios a atitude do PSOL ao expulsar de suas fileiras um deputado fanático que apresentou proposta de emenda constitucional misturando estado(ente coletivo) com crença( atitude individual) e, como se fosse um cruzado fora de época e lugar, resolveu impor "a palavra de Deus" de forma fundamentalista e autoritária, violando um dos princípios básicos da democracia, conforme a etimologia do termo refere. Bem feito. Afinal, se com a força do povo expressa no texto constitucional já aparecem biltres golpistas atentando contra o regime, imagine se substitui a expressão por um dizer prenhe de fanatismo. Lógico que iam aparecer milhares de 'iluminados' para, em nome dele, Deus, desrespeitar a vontade soberana do povo e instalar o caos institucional/inquisitorial que essa  mentalidade atrasada tanto gosta.

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