Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Debate sobre humanização nas redes sociais é encerrado após demonstrações de ódio — assista


Enquanto Anderson Girotto, do MST, falava,
manifestações de ódio começaram
Por iniciativa da deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul realizou nesta quarta-feira (20) o debate #HumanizaRedes: Juntos contra o ódio e a intolerância na internet! No entanto, o evento teve de ser encerrado justamente devido a demonstrações de intolerância de forma presencial durante a audiência, que reuniu também o deputado Jorge Pozzobom (PSDB) e os jornalistas Juremir Machado, Moisés Mendes e Luciano Potter, assim como o chefe de gabinete da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Roberto Nascimento.

O debate transcorreu de forma respeitosa por cerca de meia hora, em que o colunista Juremir Marchado observou que “as pessoas fazem uma diferença entre o virtual e o real, como se o virtual não fosse real, fosse um mundo paralelo, e por isso possa haver intolerância”. Durante o evento, porém, algumas das pessoas na plateia começaram a criticar a posição dos integrantes da mesa, afirmando ser “só gente que pensa igual”. A deputada Manuela conseguiu contornar a situação destacando que todas as pessoas da plateia que desejassem teriam a oportunidade de se manifestar.

O evento continuou, com a abertura de inscrições para falas do público, momento em que alguns se manifestaram contrários à regulação de postagens e comentários na internet que instiguem o ódio. A confusão que levou ao encerramento do debate se deu durante a fala do militante do Movimento Sem Terra (MST) Anderson Girotto, que estava apontando que a sociedade brasileira vive um momento de “ódio aos pobres, daqueles que nunca tiveram nada”.

Neste momento, ele foi interrompido pelas mesmas pessoas que antes haviam se manifestado, que gritavam e vaiavam da plateia. Manuela pediu que houvesse respeito a quem estava falando, mas seu pedido não foi concedido. Cerca de quatro homens brancos começaram a gritar “verde e amarelo, sem foice e sem martelo”, ao que Girotto respondeu: “A gente usa essa enxada aqui porque é com ela que trabalhamos”, mas as manifestações continuaram.

A deputada encerrou a atividade pedindo desculpas para os convidados e para Girotto. “Não há ambiente para discussão, as pessoas estão gritando e (…) não vamos deixar a nossa atividade ser encerrada com atos de violência, que é o que os provocadores querem”, afirmou, classificando de censura o que aconteceu com o militante do MST. “Essa não é a intenção de nenhum de nós. O ódio religioso, homofobia e ódio racial são crimes em qualquer ambiente. É a isso que estamos nos referindo”, completou a deputada.

Em seu Facebook, Manuela comentou rapidamente o acontecido. “A vida nos mostra o quão justa foi nossa atividade. A turma do ódio chegou para gritar. Tivemos q acabar para manter a integridade de todos. Contra o ódio na vida e nas redes!”, postou. Pelo Twitter, Juremir afirmou: “Deputada Manuela organizou belo evento na Assembleia sobre ódio na internet. Uma galera detonou tudo com manifestações odiosas. Há muito eu não via tanto ódio num evento”.

Débora Fogliatto
No Sul21






http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=7200

A cultura do ódio na internet e fora dela

A deputada Manuela d’Ávila (PCdoB) organizou uma mesa na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul sobre ódio na internet.

Intitulou o evento HumanizaRede.

Convidou jornalistas: eu, Moisés Mendes (Zero Hora) e Luciano Potter (Rádio Gaúcha).

O chefe de gabinete do Ministro de Estado da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Roberto Nascimento, nem chegou a falar.

Participou também o deputado Jorge Pozzobom (PSDB).

Manuela é vítima constante de ódio na rede.

Já teve “ativista virtual” desejando que seu bebê secasse na barriga dela.

Assim mesmo.

Jorge Pozzobom é outro que não escapa da barbárie virtual.

Um psicopata perguntou quem ele mataria primeiro, a filha ou o seu cachorro.

Na mesa, todos se manifestaram contra o ódio na internet.

Quando Potter estava falando, um homem o interrompeu. Segundo ele, faltava contraponto na mesa.

Ficamos perplexos. Deveria ter alguém na mesa que fosse a favor do ódio na internet?

O tempo fechou.

Um grupo, visivelmente organizado, começou a boicotar o evento.

Gritavam palavras de ordem do tipo “verde amarelo sem foice nem martelo”.

Algo assim.

Era uma armação para esculhambar a mesa organizada por Manuela.

Um sujeito, de boné do MST, berrava:

– Reaça tem que morrer.

Segundo Gregório Grisa, presente ao evento, era mais um infiltrado para melar a discussão. No facebook, Grisa contou o que ouviu: “Ao fim desci as escadas casualmente atrás deles, eram umas 15 pessoas, o jovem com boné do MST estava junto com o grupo nitidamente antiesquerdista. Quando chegamos no térreo eu o ouvi comentar:

- essa do boné sempre da certo, todos saem achando que sou do MST.”

Consta que a tropa de choque que boicotou e levou à interrupção do evento teria sido enviada por um deputado de direita.

Um novo inimigo de Manuela.

O ódio na internet é uma evidência.

No twitter, comentando esse rolo, um cara escreveu: “Passa mais hipoglós no seu rabo que tá pouco, seu subnitrato de bosta!!”

Leonardo Sakamoto, blogueiro da Folha de S. Paulo, e eu, sem qualquer contato, paramos de liberar comentários em nossos blogues.

Por quê?

Simples. Cansaço com ameaças, perseguições, calúnias e bullying.

Como ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo, também não somos obrigados a trabalhar contra nós mesmos.

Sou totalmente a favor de que falem mal de mim. De preferência, milhares de vezes por dia. Colaboro para isso. Escrevo. Com isso, alimento quem queira me combater. Mas não tenho mais disposição para fazer moderação de insultos sistemáticos.

Censura é uma política de Estado pela qual se fica impedido de publicar em qualquer lugar.

Não há isso no Brasil.

O resto é opção.

Sugiro a criação de blogues contra mim. Dezenas, milhares, milhões.

Por que alguns não fazem isso? Porque ninguém os leria.

Querem carona para aparecer.

Não dou mais carona.

Cansei da Síndrome de Estocolmo. Não trabalho para meu sequestrador. Não colaboro com o estuprador. Não sirvo ao amo.

A chantagem da internet é essa: a vítima, para não ser censor, teria de trabalhar para o seu algoz.

Não contem comigo.

O evento interrompido da deputada Manuela mostrou, em tempo real, a cara horrenda da extrema-direita.

Curiosamente com discursos contra o politicamente correto e em nome da liberdade de expressão.
(Sul21/ Contexto Livre)

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