Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 25 de abril de 2015

Tudo que é oriundo do jornalixo vai se desmanchando no ar


Em São Paulo, professores decidem manter a greve porque as propostas do governo não avançam ao mesmo tempo que vêm à tona fatos desabonadores à administração, tais como a comparação entre o salário de um docente, média de R$2,500, e o que é pago a um blogueiro para xingar os opositores de Alckmin, R$70 mil.

No Pará, os professores também decidem manter a greve porque as propostas do governador viraram motivo de chacota, diz que repõe em longos 18 meses aquilo que deve, merecendo a fatal comparação com lojas de departamentos de vendas de eletrodomésticos no crediário por períodos semelhantes. Contra si o governador tem também o fato, repercutido nacionalmente, de haver criado uma secretaria estadual e entregue à filha.

No Paraná, então, nem se fala. A mídia partidarizada e conservadora tratou de tirar do seu noticiário aquele descalabro administrativo, já que um mínimo de decência profissional mostraria ao Brasil a patética "herança maldita" deixada por um governante pra si mesmo, aliás, a mesma marca verificada no Pará e em São Paulo, os três reeleitos e pertencentes ao mesmo partido- PSDB.

Mas, é esse partido que adotou uma postura obsessiva contra a presidenta Dilma Rousseff e dia sim outro também marca data para dar entrada em um pedido de impeachment. Curioso é que as maiores lideranças do partido reconhecem a ausência de fatos plausíveis que justifiquem o referido pedido. No entanto, seus representantes no parlamento estão atualmente atrelados à ideia fixa do impedimento, apesar do exemplo pretérito e dos atuais no âmbito estadual.

Com efeito, é cristalino que o atual governo não inventou coisa nenhuma e a superestimação de certas medidas adotadas na execução orçamentária é prática recorrente, desde que os tucanos governavam. Assim como a 'reforma administrativa' concebida pelo governo paranaense, responsável por todo o imbroglio que jogou o funcionalismo contra o governador, não depõe a favor de quem cobra tanta ortodoxia dos adversários.

No frigir desses ovos, fica a sensação de que se está reduzindo tudo à disputa política constituindo-se, essa argumentação aparentemente técnica, de mero álibi oportunista pra manter o país sob clima de tensão, depositando-se na conta de Dilma a responsabilidade por vivermos sob esse clima.

Pra piorar as coisas pra essa oposição raivosa e escudada em factoides, o governo começa a dar respostas positivas, conforme vimos a partir da publicação do balanço da Petrobras, refletido nos números verificados na BOVESPA ontem, e do saldo positivo nos empregos formais no mês de março.

Com a solidez global desmanchando-se velozmente no ar, é cada vez mais palpável que o impeachment transforma-se em termômetro que atesta a cessação da febre, restando apenas a agenda conservadora tocada por Eduardo Cunha na Câmara Federal. Só que essa tende a ter o efeito contrário ao pretendido e, em vez de desgastar o governo, mostra à população que a oposição é semelhante aos governadores estaduais que militam na oposição. Bons de papo e de mídia, todavia, São paulo registra 3 homocídios/dia e 37 roubos por hora; e o Pará também não fica atrás na incúria com que trata o ítem segurança pública. Por isso, na prática, constata-se que esses governos laboram diuturnamente contra os interesses populares e fazem voltar à lembrança da população os terríveis tempos do desemprego, dos planos de demissão voluntária, do arrocho salarial, os tempos da privataria. Vejamos como se desenrolam os próximos capítulos dessa trama.

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