Foto: Reprodução/Fiocruz
O coordenador de Ensino do Inca, Luiz Felipe Pinto, destaca que o Brasil é o país que mais utiliza pesticidas e que esse aumento deverá ser sentido em alguns anos.
“Se nós pensarmos que o câncer ocorre de 20 a 30 anos depois da exposição a determinados compostos, a gente pode provavelmente ainda vai ver o efeito desse grande aumento do uso de pesticidas daqui a uns 15 a 20 anos. Então, nós temos que ficar atentos e monitorando nossas estimativas de incidência de casos de câncer e mortalidade”.
O produtor de orgânicos Alcimar Espírito Santo ressalta a necessidade de libertar o agricultor familiar do modelo dominante de cultivar os alimentos, que utiliza o agrotóxico em larga escala. Ele diz que para isso, é preciso resgatar práticas ancestrais, utilizadas pelos antigos agricultores.
“Algumas técnicas que eles viram o avô fazer, como a queimada para utilizar a cinza, pensar no sol, na lua, na inclinação, na terra. É um retorno e um resgate, mas agora com um nível muito maior de informação”.
O nutricionista do Inca, Fábio Gomes, ressalta que a presença de resíduos de agrotóxicos não ocorre apenas em alimentos in natura, mas também em produtos processados. Ele destaca os tipos de câncer mais comuns associados à exposição crônica a esses ingredientes.
“O agrotóxico pode se instalar no nosso organismo, como se instala no organismo de animais, e pode permanecer aí por anosas vezes. E esse agrotóxico presente no nosso organismo tem a capacidade de aumentar o risco de câncer de mama, linfomas, câncer no fígado e vários outros, por conta dessa alteração que ele pode provocar nas nossas célula”.
O documento técnico está disponível no site do Instituto, no endereço www.inca.gov.br
(Brasil de Fato)
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