Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Boa notícia é para os fracos


Desde 2003, ano sim outro também até os dias atuais, a mídia conservadora e partidarizada prevê o descontrole da inflação, sempre sugerindo que governantes de origem popular, sem a formação tecnocrática que o mercado oferece e cobra de quem toca esse barco, não são capazes de cumprir uma tarefa com esse nível de aridez. Mesmo diante dos números catastróficos apresentados pelo governo FHC, aquele que mais homenagens rendeu à tecnocracia do mercado ao "terceirizar" ao tal mercado o papel de administrar a economia, quando as metas inflacionárias foram sistematicamente descumpridas a ponto de atingir dois dígitos no seu último e melancólico ano de governo, ainda assim, a mídia continua entoando seu coro desafinado e anacrônico.

Ontem, a Fundação Getulio Vargas constatou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) caiu em seis das sete capitais pesquisadas, na primeira semana de abril, na comparação com a semana anterior.

Algo espetacular? Longe disso. Todo ano a inflação dos primeiros meses do ano, em razão do reajuste de diversas tarifas, entre outros fatores, a inflação dá uma subida para acomodar-se nos nove meses seguintes, tudo indicando que este ano não será diferente e a meta será cumprida como ocorreu ao longo dos últimos doze anos. No entanto, as previsões continuam catastróficas e farsescas, levando até pessoas a adotar atitudes bizarras, como ocorreu no deplorável caso do colar de tomates da indefectível apresentadora de tevê Ana Maria Braga e seu colar de tomates.

Aqui no Pará, por exemplo, há um caso emblemático desse tipo de situação com influência impressionante no jornalismo. É sabido por todo mundo cá por essas bandas que nos meses do inverno amazônico a colheita do açai escasseia. Com menos oferta, claro que o preço sobe, porém, a partir de junho, os preços caem e voltam a subir lá pelo final de dezembro, início de janeiro. Curiosamente, todo ano esse fato merece um destaque excepcional do noticiário, adquirindo tons de fato inédito, embora se perceba que a requentada notícia nem de outro texto precise, bastando repetir o que foi publicado no ano anterior.

Enfim, felizmente parece que caminhamos para domar a inflação vencendo essa batalha por mais um ano. Todavia, diante da tendenciosidade e falta de compromisso profissional, parece que a boa notícia é recebida como má notícia, influenciando negativamente no humor dessa corporação midiática a ponto de contagiar de mau humor o próprio cidadão/cidadã, isto é, aquilo que podia transmitir tranquilidade acaba sendo recebido com um misto de ceticismo e rabugem por motivações meramente politiqueiras. Impressionante!

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