Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 19 de abril de 2015

A midiotização da política


Seria precipitada, não fosse burra a certeza inarredável com que a "oposição fraquinha" brindou a escolha de Temer para articulador político do governo junto aos parlamentares, bem como do "mercadista" juramentado Joaquim Levy para cuidar das contas do governo, ambas tratadas como 'terceirização'.

Não precisa nem atirar às fuças dos privatas a iniciativa semelhante que tomaram, quando FHC escolheu seu vice, Marco Maciel, para cumprir a mesma função já no seu primeiro mandato, aí sim, abdicando da linha social democrata adotada desde a sua fundação, chafurdando definitiva e progressivamente no mais deslavado neoliberalismo, estelionato que já lhe custou quatro manifestações seguidas de repúdio popular através das urnas, mesmo com toda a militância em torno deles que diuturnamente as gangues midiáticas se atiram.

No caso atual, é nítida a divergência entre os dois partidos que ora governam, mas também parece cristalina a compreensão da primazia da governabilidade, na perspectiva de consolidar o atual projeto governamental, daí não haver maiores problemas com os diversos programas que vão dando ao país uma fisionomia diversa daquela deixada pelo solerte 'Príncipe da Privataria', cujo emblema mais degradante foi o descalçar de sapatos resignado de um alto funcionário seu, diante de um guarda aeroportuário em Nova Iorque.

Quanto às divergências aparentemente intransponíveis no campo político, a respeito de que rumos o país deve tomar pro futuro, louve-se a capacidade pemedebista de travar a disputa sem manobras excludentes à participação popular. Fora as ações nefastas do fundamentalista/lobbista presidente da Câmara, que podem muito bem ser debitadas na conta da exceção partidária, já que a regra tem se verificado através da postura dos outras eminências pardas, conforme foi percebido nas declarações do presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmando publicamente a rejeição pela Câmara Alta do PL Nº4330, conforme o texto aprovado sob a batuta de Cunha.

Enfim,  percebe-se nitidamente que a manutenção dos perfis de PT e PMDB não está em jogo nessa disputa, daí ser tolice falar em "terceirização" do governo. Isto acaba soando como atordoamento do pugilista de um golpe só, que não tem repertório para enfrentar um adversário mais qualificado, então, transfere a tarefa para atores alheios à disputa, por isso a patética perversão de parte do Poder Judiciário quando socorre seu insólito aliado, assim como a mobilização da decadente e grande mídia em torno desse projeto conservador, algo que vem levando à ruína ambos: mídia e partidos do campo da direita.

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