Não se sabe se a presidente Dilma Rousseff pensou em Bertolt Brecht quando se referiu à corrupção, no Brasil, como “uma velha senhora”. É certo que quis dizer que a corrupção, no Brasil, não nasceu de geração espontânea. Foi varrida para debaixo do tapete sempre, e escamoteada com mais afinco dos tempos da ditadura para cá. As raízes são históricas e sua origem, colonial. Mas nem todos os cidadãos sabem disto. Ou fingem não saber. Os leitores exclusivos dos jornais e das revistas da velha mídia, por exemplo. Os viciados nas venenosas emissões diárias e manipuladoras (há 50 anos!) da TV brasileira; os cidadãos corrompidos – sim; corrompidos - pelo noticiário torcido, distorcido e retorcido, pelas informações dos jornalistas cães de guarda, dos cínicos comentaristas, e pela sutileza ideológica encravada em argumentos e em personagens das decadentes novelas. E os indivíduos de má fé. Os ignorantes. Os que têm interesse, não apenas político, mas pessoal também, de fazer crer que a velha senhora aterrissou aqui há apenas doze anos. Os de direita. Os coxinhas do domingo 15 de março passado.
Considerando então as dificuldades da informação correta e plena chegar ao cidadão, e com o auxílio de internautas atentos e de ótima memória, compilaram-se alguns dos livros que podem jogar luz – não é uma das obrigações do jornalista, a de jogar luz onde há sombras? – na devastação que a velha senhora vem fazendo aqui de várias décadas para cá. Os títulos:
- O Brasil privatizado – um balanço do desmonte do Estado, do saudoso jornalista Aloysio Biondi. Editora Fundação Perseu Abramo. Primeira edição: 1999
- A privataria tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, vencedor de três prêmios Esso, quatro vezes Premio Wladimir Herzog. Da Geração Editorial.
- Governo Fernando Henrique Cardoso - Decadência e Corrupção, de Henrique Fontana. Editora Brasília.
- Quem pagou a conta? - A CIA na guerra fria das culturas,* da jornalista Frances Stonor Saunders, editora de Artes da revista britânica New Stateman.
- O Brasil do Possível,* da jornalista francesa Brigitte Hersaut Leoni. Editora Nova Fronteira, 1997.
- A História Secreta da Rede Globo,* de Daniel Heiz. Editora Tchê e, posteriormente, Editora Dom Quixote. O livro está disponibilizado na internet.
- E também o documentário Muito Além do Cidadão Kane que andou censurado no Brasil durante vários anos.
Considerando então as dificuldades da informação correta e plena chegar ao cidadão, e com o auxílio de internautas atentos e de ótima memória, compilaram-se alguns dos livros que podem jogar luz – não é uma das obrigações do jornalista, a de jogar luz onde há sombras? – na devastação que a velha senhora vem fazendo aqui de várias décadas para cá. Os títulos:
- O Brasil privatizado – um balanço do desmonte do Estado, do saudoso jornalista Aloysio Biondi. Editora Fundação Perseu Abramo. Primeira edição: 1999
- A privataria tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, vencedor de três prêmios Esso, quatro vezes Premio Wladimir Herzog. Da Geração Editorial.
- Governo Fernando Henrique Cardoso - Decadência e Corrupção, de Henrique Fontana. Editora Brasília.
- Quem pagou a conta? - A CIA na guerra fria das culturas,* da jornalista Frances Stonor Saunders, editora de Artes da revista britânica New Stateman.
- O Brasil do Possível,* da jornalista francesa Brigitte Hersaut Leoni. Editora Nova Fronteira, 1997.
- A História Secreta da Rede Globo,* de Daniel Heiz. Editora Tchê e, posteriormente, Editora Dom Quixote. O livro está disponibilizado na internet.
- E também o documentário Muito Além do Cidadão Kane que andou censurado no Brasil durante vários anos.
Com este cardápio de leituras edificantes e esclarecedoras vê-se que a velha senhora indigna veio nos visitar várias décadas atrás e aqui permaneceu, agindo em silêncio sob olhares complacentes. Só agora está se tentando colocá-la para fora da casa. Exatamente o contrário do que aqueles lá de cima, do começo do texto, apregoam.
* Nestes dois volumes as autoras se referem à tese defendida por FHC, na época, de que “países em desenvolvimento ou mais atrasados poderiam se desenvolver mantendo-se dependentes de outros países mais ricos”. Neles, também é registrada a contribuição da Fundação Ford, um dos braços da CIA, recebida pelo ex-presidente para fundar o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
*Neste volume se encontra farta documentação sobre o acordo entre a TV Globo e o grupo Time-Life e depoimentos em que se explicita, como objetivo, o “controle da opinião pública” brasileira através dos seus órgãos de divulgação. “Mais barato do que construir bases militares ou financiar tropas de ocupação.“
(Léa Maria Aarão Reis/ Carta Maior)
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