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No entanto, a julgar por algumas declarações do presidente do Senado Renan Calheiros, as relações parecem que nunca mais serão como antes. Renan esqueceu o empenho do PT na sua eleição contra um companheiro do partido lançado pela dissidência e parece um pote até aqui de mágoa com a história da inclusão de seu nome entre os acusados na operação Lava Jato.
O outro foco de tensão entre o partido de Renan e o governo é a movimentação de Gilberto Kassab, claramente incentivado pelo Palácio do Planalto a arregimentar uma bancada que faça diminuir a importância pemedebista na bancada situacionista, o que seria um golpe fulminante na recorrente tática da chantagem. A tensão tende a piorar quanto mais Dilma retarda a escolha do segundo escalão do governo. A inclusão dos nomes do presidente da Câmara e do Senado entre os envolvidos nas denúncias de Rodrigo Janot os imobiliza em qualquer iniciativa de encaminhar pedido de impeachment, no entanto, não resolve totalmente os problemas do governo no parlamento já que há outras matérias importantes que podem acirrar o confronto.
Nesse momento a corda parece estar esticada em um nível que pode arrebentar a qualquer momento. Todavia, a julgar pelo aguçado instinto de sobrevivência demonstrado ao longo de sua existência, o mais certo é que o PMDB recue, na hipótese de êxito pleno de Kassab em sua missão arregimentadora.
Enquanto isso, a oposição contenta-se em coadjuvar a oposição feroz que mídia faz ao governo, principalmente a Rede Globo. Ontem, por exemplo, a Globo News deu um exemplo patético da canalhice que orienta seu jornalixo ao exibir os pronunciamentos dos tucanos Cássio Cunha Lima e Aécio Neves, depois ignorando a intervenção do petista Lindbergh Farias, ambos saudando a decisão de Renan em devolver a MP que regulamentava a desoneração das folhas de pagamento das empresas, assunto que mereceu até nota oficial dos orgãos corporativos da mídia, execrando a decisão de Dilma em reduzir os benefícios dessas empresas.
Com o aprofundamento das investigações nas empresas que pagaram propina na Petrobras, tirando o foco só do atual governo; com a lista do HSBC batendo na bunda da trupe privata e na situação desesperadora do governador tucano do Paraná, fica claro, que os tucanos dependem cada vez mais das forças recebidas dos deuses midiáticos. De quebra, dependem ainda da improvável ingenuidade pemedebista em deixar-se usar como bucha de seus canhões para tentar destruir o governo. Difícil!
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