Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Consolidando a miséria paraense


Segundo as estimativas de rendimento nominal domiciliar per capita em 2014, com a média do país e de cada uma das 27 unidades da federação divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tendo por base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, rendimento nominal domiciliar per capita médio do brasileiro foi de R$ 1.052,00.

No entanto, especificamente no caso do Pará, a média, no mesmo período, foi de R$ 631,00, o quarto pior rendimento per capita do país, abaixo até do salário mínimo então vigente, que era de R$ 724,00. Provavelmente o oficialismo midiático e a tecnocracia oleosa(peroba?) fará cara de paisagem e nada dirá a respeito, oportunamente creditando o fato ao acaso e a alguma eventual perversidade da União com os bonzinhos tucanos que estão no rumo de completar três décadas de governo.

A par disso e mostrando que nada ocorre por acaso, temos mais de 850 mil famílias paraenses que recebem recursos do Bolsa-Família como complementação de seus rendimentos pra fugir da extrema pobreza; somos campeões brasileiros de trabalho escravo que, a par das condições degradantes de trabalho, ainda pratica a miséria salarial; estamos entre os campeões de trabalho infantil, outra forma iníqua de sub remuneração que ajuda a perpetuar essa situação e estamos também no topo da informalidade, isto é, aquele tipo de trabalho sem amparo das leis trabalhistas, bem como da garantia mínima de um rendimento decente.

Diante desse quadro aterrador, é óbvio que a consequência só poderia ser essa média vergonhosa, agravada pelo fato do principal patrão, o governo do estado, contribuir largamente pra isso ao perpetuar a divisão entre dois tipos de servidores: os chamados DAS, bem remunerados e beneficiários de certos privilégios que engordam suas remunerações, tipo a possibilidade de exercer outra atividade remunerada; e os servidores do quadro, submetidos a austeridade de fachada que os escorcha e os obriga a ser cobaias da homenagem governamental do vício à virtude. Está aí o séquito Zenaldista, na PMB, a provar o que se afirma.

Curioso que o governador deu uma entrevista ao jornal seu porta-voz oficial, no dia 29 de dezembro de 2013, onde dizia com todas as letras, "Estou começando a colher". E discorria a respeito de uma fábula de recursos à sua disposição para investimento, capazes de alavancar um novo ciclo virtuoso(?). No início deste ano, voltou ao local da bravata e pateticamente denunciou a 'herança maldita' que ele havia deixado pra si mesmo, tudo devidamente sentido nesses mais de dois meses de paralisia geral. A propósito, aonde estão os mais de R$800 milhões emprestados com a autorização da Assembleia Legislativa "para deslanchar obras"?


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