Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 25 de janeiro de 2015

ESQUERDA VOLVER! BOCA DE URNA DÁ VITÓRIA AO SYRIZA NAS ELEIÇÕES GREGAS

REUTERS/Alexandros Avramidis: Líder do partido esquerdista radical grego Syriza, Alexis Tsipras, discursa durante comício em Salônica. 20/01/2015 REUTERS/Alexandros Avramidis
"É uma vitória histórica que dá esperança aos cidadãos gregos que votaram contra a austeridade", disse, em comunicado, o Syriza , acrescentando que este é o primeiro passo para o "desenvolvimento progressista" na Europa; agora, a Grécia deve sair da zona do euro e encerrar as políticas de austeridade fiscal

As primeiras pesquisas de boca de urna após o fechamento das urnas na Grécia apontam vitória do partido de esquerda Syriza, que defende o fim da austeridade imposta pela troika ao país. De acordo com os levantamentos, a agremiação deve ter algo entre 35% e 39% dos votos, ficando próximo de atingir maioria absoluta, já que o vencedor ganha 50 cadeiras (das 300 em jogo) a título de bonificação eleitoral.

Na segunda colocação, vem o governista Nova Democracia, com números que variam entre 24% e 27%, seguido pelo To Potami, de centro-esquerda, entre 6% e 8,5%, empatado com o Aurora Dourada, de extrema-direita. O Partido Comunista deve alcançar até 7% dos votos. O Pasok, que é muito identificado com as políticas de austeridade, vem atrás dos comunistas, com teto de 6%.

"É uma vitória histórica que dá esperança aos cidadãos gregos que votaram contra a austeridade", disse, em comunicado, o Syriza , acrescentando que este é o primeiro passo para o "desenvolvimento progressista" na Europa.

Os levantamentos mostram que o Syriza deve alcançar entre 148 e 154 cadeiras, o Nova Democracia, entre 70 e 78, o Aurora Dourada, entre 16 e 20, o To Potami, entre 16 e 19, e os comunistas, entre 15 e 17.

As urnas fecharam às 19h (horário local, 15h em Brasília) e a apuração começou logo depois. À meia-noite (20h no Brasil), está prevista a divulgação de um resultado mais consolidado.

A vitória do Syriza marca uma mudança nas relações de poder da União Europeia. O continente, especialmente dentro da zona do euro, tem na maioria dos países governos de centro ou centro-direita (sendo a Alemanha de Angela Merkel e a Espanha de Mariano Rajoy os exemplos mais claros) ou de centro-esquerda mais suscetíveis aos planos de austeridade (vide a França de François Hollande ou a Itália de Matteo Renzi).

Com esta perspectiva, Berlim já mandou um recado claro a Atenas: sim, é possível a Grécia sair do euro sem provocar maiores danos no resto do continente. Por outro lado, na semana passada, membros da União Europeia tentaram baixar a temperatura das declarações das autoridades alemãs, lembrando da “importância” dos gregos no grupo.

O Syriza, no entanto, não defende uma saída unilateral da Grécia da zona do euro. Em um artigo publicado no Financial Times no dia 20, o líder do partido, Alexis Tsipras, afirma que um eventual governo do partido iria respeitar a “obrigação de manter um orçamento equilibrado”, que é uma exigência para os países que usam a moeda única europeia. O que é certo é que as políticas de austeridade implementadas pelo grupo conhecido como troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) vão acabar. “Austeridade não faz parte dos tratados europeus; democracia e o princípio da soberania popular, sim”, afirmou o líder do partido.

A maior pressão da troika diz respeito, na verdade, à questão da dívida externa, que equivalia em 2013 a 175% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Em 2008, no início da crise, esse índice era de 109,3%. O Syriza, chegando ao governo, diz que vai pedir a realização de uma “conferência do débito europeia”, para renegociar as condições de pagamento às quais a Grécia está hoje sujeita.

(Opera Mundi\247)

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