Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 8 de novembro de 2014

O nanismo de Eduardo Jorge e Marina Silva tem cura?

Dentre as indas e vindas que fizeram da eleição presidencial decidida no dia 26 último a mais sensacional desde 1989, chama a atenção a oscilação dos candidatos Marina Silva(PSB) e Eduardo Jorge(PV), que em um determinado momento chamaram a atenção do eleitor além da conta que faziam os especialistas que avaliam desempenhos em situações dessa natureza.

Marina, após a morte de Eduardo Campos, chegou a experimentar o gosto antecipado da vitória, quando alguns institutos de pesquisa a colocaram dez pontos percentuais à frente de Dilma Rousseff, em projeções para um segundo, por sinal, visto naquela ocasião como o quadro definitivo da disputa; e Eduardo Jorge, ao tocar em temas que os demais candidatos sempre tangenciaram, virou uma espécie de 'titio' da juventude, capaz de empolgá-los pela coragem e oportunidade da sua retórica.

Veio o segundo turno e os dois diminuíram espantosamente de tamanho após anunciarem o apoio ao tucano Aécio Neves. Eduardo, jogou fora o seu cacife, ao deixar de lado a rebeldia que tinha atraído aquela faixa de eleitor infenso ao temário político tradicional; e Marina, ao tentar dissimular ressentimentos pretéritos através de uma retórica diversionista e profundamente conservadora que também não se coadunava com as expectativas que outra parte do eleitorado, de idade mais avançada que a aquela simpatizante do verde, por isso mesmo conhecedora do desastre que foi a passagem dos tucanos pela presidência da República, daí não engolirem a opção marinista.

Resultado: Marina e Eduardo Jorge acabaram do tamanho dos nanicos morais Levyr Fidélix e pastor Everaldo e viram Luciana Genro tornar-se mais relevante no cenário da disputa, simplesmente pela coragem que teve em manter-se dentro daquilo que se propôs defender desde o início. Goste-se ou não, mostrou distanciamento e simultaneamente traçou um quadro da disputa no segundo turno de acordo com o seu filtro ideológico. Já o verde e a socialista deram pinta de ter somatizado em excesso seus ressentimentos com a antiga sigla a qual pertenceram, decidindo mais com ´fígado do que com a política que ambos têm na cabeça.

Agora que Dilma está reeleita e a direita tenta desesperadamente isolá-la, apavorada que a presidenta protagonize episódios marcantes da cena nacional, tais como a reforma política e a regulação econômica do poder midiático, certamente a nação voltará a cobrar dos dois líderes em tela uma postura a respeito desse embate. Com efeito, o recado já está dado, assim como provado está que o fígado não é bom conselheiro. A ambos, Marina e Eduardo, recomenda-se a releitura do livro 'Olga', do jornalista Fernando Morais, principalmente aquele capítulo em que Luiz Carlos Prestes sai da cadeia quase que direto para o estádio do Pacaembu para declarar publicamente seu apoio à candidatura de Getúlio Vargas, apesar do que fez Felinto Muller, chefe da polícia varguista durante o estado novo, que deu de mão beijada aos nazistas a mulher de Prestes, a judia-russa Olga Benário, morta nos campos de concentração como é sabido. Porém, apesar de toda a dor pessoal, Prestes sabia que tinha que lutar contra a UDN e seu projeto submisso ao capital financeiro internacional que combatia Vargas. Sem o aprendizado com essas grandes lições que a história nos fornece resta a pequenez individual. Qual será a opção?

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