Em pelo menos uma coisa Diário do Pará e O Liberal parecem estar irmanados: a resistência nada sutil à licitação que viabilize a derrocada do Pedral do Lourenço, no rio Tocantins. Pior. Parece que não são apenas os quatrocentos e tantos milhões, que o governo avalia como custo da obra e o cartel empreiteiro teima em achar o preço irrisório que irmana esses aparentemente irreconciliáveis inimigos, no fundo unidos pelo mesmo ideal rapace. Certamente há a antipatia figadal que a Vale dispensa àquela obra, pois sabe que sua conclusão está intimamente ligada à construção da ALPA, a indústria que nos tirará da condição de reles 'província mineral', abrindo a possibilidade de nos transformar em um importante polo industrial do país.
Ao governo federal resta a opção de enfrentar o fogo amigo com o mesmo arsenal com que deve enfrentar as chamas provocadas por uma oposição reacionária e indiferente ao nosso desenvolvimento, ambos fechando na mesma infantaria quer eternamente submissos ao protagonismo dos seus heróis de pés de barro.
Assim como só faltaram exumar a ossada de Gabriel Hermes para que cortasse a fita quando Lula inaugurou as obras da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, obra que ficou aparada por quase quatro décadas sem que as lideranças locais demonstrassem qualquer prestígio capaz de torná-la realidade, nossos 'baluartes' continuam do tamanho que seus patrões determinam. Se houver qualquer sobressalto, recorrem surrado ao álibi da discriminação à nossa região. Tem dado certo há décadas e não é agora que irão mudar de tática. Lamentável!
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