Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O bufão Gilmar Mendes


Depois que os patrões da imprensa tupiniquim se auto declararam o mais consistente partido de oposição ao atual governo, com a aquiescência bovina de mais de 90% dos empregados, eis que surge agora o togado reacionário que pretende aliar o Poder Judiciário à oposição midiática.

Tomado por um cinismo aterrador, Gilmar Mendes declara, em entrevista concedida ontem à Folha de São Paulo, que há risco do país formar uma 'corte bolivariana', diante da perspectiva de 10 dos 11 ministros do STF serem nomeados por presidentes da República pertencentes ao PT, até 2016.

Não lhe causou qualquer constrangimento dar declaração tão impertinente o fato de ter saído diretamente da Advocacia Geral da União para a mais alta Corte do país, mesmo sob a desconfiança de juristas renomados, que não viam em Gilmar o perfil adequado ao cargo, algo que sua trajetória só veio confirmar ao longo do tempo e foi resumida em uma das poucas frases felizes proferidas por Joaquim Barbosa, quando declarou que Mendes arrastava ao descrédito o nome do Supremo.

Mais uma vez o ministro age como se ainda fosse funcionário do governo privata, tentando deslegitimar uma prerrogativa governamental que o povo brasileiro outorgou à Dilma Rousseff. Pior, desrespeitou colegas como Teori Zsavaski e Roberto Barroso ao colocar sob suspeita suas posições e seus votos divergentes daqueles proferidos por Gilmar, apenas porque foram nomeados por Dilma Rousseff e sustentaram posições divergentes daquelas que a mídia partidarizada e o togado oriundo do governo privata adotaram.

Não por acaso, Mendes é o único ministro do STF submetido a pedido de impeachment em razão de seu comportamento deliberadamente marginal ao papel constitucional que exerce. Passível de outro pedido semelhante e pelos mesmos motivos, parece que o ministro já nem se importa mais com essa possibilidade. Talvez acredite que o corporativismo da Corte, assim como a ruptura da ordem constitucional vigente e a mídia partidarizada, blindarão seu comportamento reacionário e farão dele um ícone daquela "massa" que vai às ruas pedir intervenção militar. Será?

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