Após 40 anos ininterruptos como parlamentar, o deputado Inocêncio(Macaco Simão diria ser o nome piada pronta) Oliveira fez, ontem, seu discurso de despedida, pois não se candidatou a mais um mandato. Apelidado sarcasticamente pelos pares de 'Deputado Guardanapo', passou a maior parte desse tempo na condição de integrante da Mesa Diretora, Inocêncio foi uma espécie de emblema do coronelismo nordestino a quem sempre foi dispensado muito prestígio político, principalmente na época da ditadura militar/empresarial.
Com efeito, os fatos mais marcantes da sua trajetória de agora quase ex-parlamentar foi sua condenação, na Justiça do Trabalho, pela prática do trabalho escravo em uma de suas fazendas(no Maranhão), na década passada, posteriormente absolvido pelo STF; e, mais remotamente(década de 1990), foi acusado de utilizar o hoje extinto Departamento Nacional de Obras contra a Seca(DNOCS) para perfurar seis poços artesianos a fim de lavar as motos de uma concessionária de sua propriedade. Os poços deveriam fazer parte de um programa de combate à seca no semi árido.
Surdo e acometido de artrose, dois pecados veniais para um político, resolveu aposentar-se da vida pública, já que a população de seu estado nunca lhe faltou, assim como a do Maranhão nunca faltou a José Sarney. Sai, mas deixa uma das frases mais lapidares a respeito da expertise dos colegas, dizia "Aqui, o mais ingênuo conserta relógio de pulso no fundo de uma piscina e calçado com luvas de boxe." Faz todo o sentido.
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