Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A orquestração do golpe


A cada dia que passa, a direita e seu braço midiático acendem mais uma vela ao diabo do golpismo. Esperam ver neutralizadas as forças que compõe a sociedade organizada reforçando seu discurso udenista, embora este careça de credibilidade.

Como bem notou Luis Nassif, o roteiro desse rito macabro já foi traçado, quando o presidente do TSE distribuiu ao ministro Gilmar Mendes a tarefa de julgar as contas da campanha vitoriosa da presidenta Dilma, pois expirou o mandato do ministro Henrique Neves. Gilmar, como é sabido, tem se comportado mais como político oposicionista do que como magistrado, daí ser fácil concluir que sua tarefa será estabelecer um nexo, qualquer que seja, entre a presidenta e as investigações da Operação Lava Jato.

Ao contrário de Nassif, porém, penso que esse golpe não será dado com algum parecer que oriente o TSE a não diplomar a presidenta reeleita. Isto seria de um açodamento desgastante na medida em que o parecer do relator precisa ser aprovado pelo conjunto dos integrantes daquela Corte, correndo até risco de pedido de vistas o que deixaria a decisão final para 2015.

O mais provável é que haja a diplomação sob condições da conclusão do inquérito resultante da citada operação com a recomendação do ministro pela rejeição dessas contas a partir do que ficar determinado na peça produzida pela Polícia Federal.

Assim, diplomados presidenta e seu vice, será buscada uma alternativa que atinja Dilma e poupe Temer, como ocorreu com Collor e Itamar, sendo a presidenta considerada inelegível por algo que a incrimine a quando do exercício dos cargos de ministra não sendo, portanto, sua conduta pessoal enquanto servidora pública suficiente para atingir o vice reeleito e já diplomado.

É a face mais torpe do golpe contra uma eleição limpa, mas é fato recorrente, lamentavelmente, em nossa história. Em post anterior, lembrei o ocorrido em 1955, quando a UDN tentou impedir a posse do eleito Juscelino e seu vice Jango, golpe abortado pela ação imediata do então ministro da guerra Henrique Teixeira Lott. Nove anos depois, a sanha golpista obteve êxito ao depor o presidente João Goulart.

Desde 2005 que a direita vem tentando repetir o golpe, embora sem jamais demonstrar a convicção com que ora opera sua vilania. Dá a impressão de que não pode mais esperar, após quatro derrotas consecutivas e a perspectiva de ter de enfrentar uma disputa com Lula em 2018. Diante de um Judiciário pressionado, um Legislativo predominantemente reacionário e um Executivo apático restará a mobilização social para defender suas conquistas principalmente a mais importante de todas essas: a democracia, que garante à sociedade o direito soberano de eleger seus governantes. Que assim continue sendo.

2 comentários:

Marcos Moraes de Lima disse...

Não acredito que a direita, mesmo que no dia a dia mostre-se cada vez mais empenhada no golpismo com apoio da mídia, consiga seu intento. A democracia e o próprio povo, não deixarão que isso aconteça.

Na Ilharga disse...

É o que se espera, meu caro Marcos, é o que se espera. Entretanto, tudo indica que o dedo sujo do Tio Sam está novamente apontado pra nós, como em 1964. Mas, como você, confio na força do povo brasileiro.