PIG derrubou Aécio, no debate de ontem na Band

Aécio até que não ia mal, discorrendo a respeito das realizações de seu governo, em Minas, embora o telespectador que fica acordado até aquela hora seja razoavelmente informado e tenha como a imagem administrativa mais forte de seu governo a malsinada construção de um aeroporto em uma cidadezinha onde fica sua fazenda. Mesmo assim, sem contestações, ele ia desfiando seus grandes feitos(?).

Ao fugir dessa toada regionalista e partir pros grandes temas quebrou a cara pela escolha desastrada. Foi falar logo da Petrobrás, uma das marcas mais trágicas que o seu partido legou ao país ao tentar destruir essa que é a maior empresa da América Latina, como bem enfatizou Dilma. Falou de uma companhia que só existe no PIG e sugeriu que a presidenta pedisse desculpas ao povo brasileiro. Levou como troco uma chinelada mais mortal do que aquela que Brizola deu em Collor, em 1989, quando o chamou de "filhote da ditadura", deixando o adversário atônito. Dilma foi ainda mais contundente, ao lembrar fatos como o naufrágio de uma plataforma, o sucateamento e tentativa de mudança de sigla que o PSDB fez, tudo para destruir nossa empresa petrolífera, comparando com o atual status privilegiado da empresa no cenário mundial.

Se fosse perspicaz, Aécio teria parado por aí e apelado para a urgência/emergência do proselitismo tucano e acusado o governo daquelas coisas que faz sempre, mas, não. Aécio resolveu insistir na escandalização piguiana, ao lembrar que há um-diretor da Petrobras preso. Levou outra porrada segura no meio da testa. Dilma mostrou que quem investiga o fato é a Polícia Federal, orgão governamental porque, disse ela, no governo petista as coisas são investigadas, ao contrário do governo tucano que varria a sujeira pra debaixo do tapete e tinha, não um Procurador da República, mas um 'engavetador' nada republicano. E olha que Dilma provavelmente nem sabia que, naquele momento, o TSE mantinha decisão do TRE do DF de impugnar a candidatura governamental do assaltante José Roberto Arruda, pelo placar de 6X1, sendo o único voto a favor do larápio em tela justamente dele, Gilmar Mendes, ex-Advogado Geral da União de FHC. Tudo a ver.

Ali, Aécio provou toda a sua estupidez política ao fornecer à adversário toda a munição para defender-se de acusações notadamente falsas, e ainda aproveitar pra esculhambar a leviandade dos adversários, incluída aí a mídia partidarizada. Foram dois minutos de resposta e mais 45 segundos de tréplica destinados ao contrataque ácido e consistente, enquanto o burro acusador teve apenas 1 e 15 segundos para fazer um ataque atabalhoado. Um adversário desses é que todo candidato sonha.