Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

As 'novidades' Aécio e Aloysio

Apesar de nem ser tão velho cronologicamente, é impressionante como Aécio vai dando cada vez mais uma feição nostálgica à sua campanha. E nem precisa dar ênfase ao fato da herança política do avô ser tratada como dote, traço recorrente na política tupiniquim que Raymundo Faoro abordou muito bem no seu clássico "Os Donos do Poder" e que, vez por outra, Aécio lembra ao evocar pra si a expertise política do ancestral citado, como se osmose fosse uma fatalidade, e não uma solução química.
Iniciou a atual cruzada conservadora pregando o esgotamento do modelo petista, anunciando como boa nova aquilo que a população exorcizou pelos males que havia causado, após apresentar-se com a mesma maquiagem nos últimos anos do século passado. Com efeito, suas 'medidas impopulares" representam  a essência dessa ameaça da volta a um passado recente, só que em nova(?) embalagem a fim de tornar bonita a tal farsa ilusória.
Resumem-se, entre outras, ao arrocho salarial em todos os níveis, do mínimo ao dos profissionais liberais, estes certamente ainda tendo contra si a trágica opção dos famosos planos de demissões voluntárias; alta estratosférica dos juros para delírio da banca, seguida do corte do crédito ao consumidor popular; o provável esvaziamento do Bolsa-Família como a alternativa austera à 'gastança' do atual governo, que tanto incomoda o neoliberalismo; e a retomada do saque privata que deixaram pela metade e que tanta ânsia tem provocado, conforme se pode avaliar pela sistemática campanha contra a Petrobras.
Para coroar essa homenagem nostálgica  e a marcha inexorável rumo ao passado, Aécio está anunciando a exumação da política do café com leite, vigente até 1930 com o "Dr. Barbado"(Washington Luiz), e mantenedora da política de privilégios que atravessou os séculos de existência do Brasil, agora em versão Aécio e Aloysio-AA, homenagem aparentemente casual às malsinadas agências de risco.
Dessa vez PRP e PRM estão fundidos(argggghhhhh) em uma só sigla e são facilmente identificáveis, a despeito da retórica diversionista que usam. Contam com algo que seus antepassados não contaram, o poder de uma mídia tão poderosa quanto nefasta, porém, enfrentam o protagonismo da classe trabalhadora, notadamente o principal ícone desta: um operário que construiu sua liderança no centro do capitalismo industrial e tornou-se a maior liderança política do país. Vejamos se essa liderança, a maior novidade surgida na política brasileira em séculos, será suplantada pela maquiagem do arcaico no imaginário popular.

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