Jorge Paz Amorim

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Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 29 de março de 2014

Não fosse por Lula/Dilma, o real seria um pesadelo

"A Cemig, estatal mineira da área de energia, foi parcialmente privatizada, com a venda de um terço de seu capital a um grupo norte americano. Ela teve um lucro de R$390 milhões no ano passado. Vai aplicar esse dinheiro em projetos de expansão? Não. vai entregar nada mais nada menos de 97,5% daquele valor aos seus acionistas sob a forma de dividendos. Uma decisão do grupo norte americano que, apesar de possuir apenas um terço das ações da empresa, passou a tomar todas as deliberações, graças a um acordo de acionistas adotado pelo governo FHC na privatização de várias estatais. Obviamente, o grupo norte americano remeterá sua parte para a matriz.
A indústria Dako produzia há décadas fogões populares, de baixo preço, dominando esse mercado com centenas de milhares de unidades vendidas a cada ano. Foi comprada por um grande grupo multinacional, e os fogões, embora simplérrimos, sem nenhuma "sofisticação tecnológica"(sempre usada como pretexto para justificar a chegada de multis e suas importações) passou a utilizar 100% de peças importadas. As exportações das multinacionais da área automobilística caíram 50% a 60% neste ano, enquanto as exportações do setor, no México, cresceram 20%-e, atenção, as exportações das empresas automobilísticas coreanas para os EUA avançaram de 30% a 40%.
Os casos da Cemig, Dako, indústria automobilística, meros exemplos do que acontece em todas as áreas da economia, mostram uma brutal realidade para a qual a sociedade brasileira ainda não acordou: o Brasil já se tornou um país inviável. Voltou a ser o mesmo país da década de 50, preso na armadilha do chamado estrangulamento cambial, isto é, incapaz de produzir os dólares de que precisa para pagar suas importações e demais compromissos com o exterior. Qualquer outra avaliação do Plano Real, a esta altura, é absolutamente ociosa: o Brasil já está com o futuro comprometido. Já foi colocado em um "beco sem saída" pela política de terra arrasada a que se deu o nome de Plano Real".
Basta o trecho desse magistral artigo do saudoso Aloysio Biondi, intitulado "O pesadelo do Real", publicado na Folha de São Paulo em 27/06/1999 para constatar duas coisa: não passa de vigarice piguenta a lábia dos sardenbergues da vida de que foi FHC quem garantiu a estabilidade de nossa moeda e legou os fundamentos sólidos de que goza hoje nossa economia. Muito pelo contrário, se continuássemos sob o jugo privata, provavelmente hoje estaríamos fazendo companhia a Portugal, Grécia, Espanha, Irlanda e demais nações que abdicaram de suas soberanias e adotaram o receituário neoliberal como norte econômico e experimentam dias de miséria haitiana.
 Da mesma forma, o artigo de Biondi desmascara esse arroubo nacionalista ora encenado, mostrando com números e ações privatas que essa empulhação não passa de cortina de fumaça para iludir incautos e assim garantir dois malsinados objetivos: desmoralizar a Petrobrás recebendo dos 'patrões' sua gorda comis$ão para tal; e posar de probos aos holofotes das gangues midiáticas tupiniquins com evidente intenção eleitoreira. Triste!

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