Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Dilma e o 'Blocão'.

A Câmara Federal vive um impasse que pode levar à mudança do quadro sucessório, caso a corda da disputa entre partidos da base aliada do governo e o próprio continue sendo esticada até o ponto de romper-se. Nesse momento, nada se vota e nada será votado, pelo menos até o dia onze próximo, enquanto não for aprovado um ofício apresentado à Mesa Diretora da Casa pelo PSDB, criando uma Comissão Externa a fim de acompanhar investigação de denúncia dando conta de possível pagamento de propina, por empresa holandesa a funcionários da Petrobrás, e defendido com unhas e dentes pelas bancadas do PMDB, PP, PR, PROS e alguns outros partidos que se dizem governistas.
E de nada adiantou o líder do governo alegar que há uma auditoria da empresa investigando o fato, não adiantou o governo dizer que isso é pauta oposicionista e muito menos que há coisas importantes que podiam ser votadas antes do feriadão do carnaval. O líder do PMDB fincou pé e condicionou a realização de quaisquer votações importantes à criação da tal comissão, agindo com tanta veemência que até desobrigou os líderes tucanos de intervir no caso.
O episódio serviu para dar a capilaridade que faltava a esse famigerado símile do 'Centrão' da época da Constituinte, de triste memória, que fez de tudo para que tivéssemos uma Constituição da República o mais próximo possível daquilo que tínhamos à época discricionária que experimentamos após o golpe de 1964.
Assim como aquele grupo reacionário que lhe serviu de inspiração, o tal 'Blocão' de hoje parece agir na perspectiva de impor ao país alguns retrocessos políticos e sociais estando dispostos a tudo para conseguir seus objetivos. Além da adoção da ofício oposicionista já citado contra a Petrobrás, tentam constranger BNDES e CEF por terem ajudado o Congresso do MST, realizado em Brasília semana passada, investem contra a ministra Ideli Salvatti e até permitiram o lançamento da candidatura avulsa do ajagunçado Jair Bolsonaro à presidência da Comissão de Direitos Humanos, que acabou perdendo para o petista Assis Couto por 10 a 8, mesmo sabendo que o PT tinha regimentalmente a prerrogativa de indicar a presidência daquela comissão.
Apesar de aparentarem ser fatos isolados, a sucessão dessas ocorrências demonstram muito mais a luta por algo de fundo no futuro próximo. Essa insatisfação, na verdade, vai adquirindo contorno de pressão contra a condução política imprimida pelo governo. Quanto mais essa condução foge ao figurino fisiológico costumeiro, mais aumenta a fúria desses aliados amotinados no interior daquele temível equino que derrotou os troianos. Dilma resistirá?

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