A rebeldia pemedebista e a docilidade do PT paraense

A indicação do médico veterinário Enio Marques para assumir o Ministério da Agricultura, de responsabilidade da senadora pemedebista Katia Abreu, fez com que o deputado, também pemedebista, Eduardo Cunha ameaçasse o governo de perder o apoio do partido no Congresso Nacional. Cunha deve estar falando pelos outros, já que ele é oposição ao governo federal há muito tempo.
Importa no caso ver como age o partido que aqui no Pará se quer apoiar incondicionalmente, em nome de uma aliança que, vira e mexe, vem esse lobista eventualmente investido em um mandato parlamentar e anuncia que será desfeita, geralmente quando seu apetite fisiológico não é saciado. Uma aliança que, no âmbito nacional não está garantida enquanto a convenção do PMDB não oficializar, o que não está fácil porque pelo menos em 1/3 dos estados brasileiros, e mais no Distrito Federal, o partido de Helder Barbalho foi o que restou de oposição ao governo federal.
Recentemente, a prefeitura de São Paulo viu sua receita de IPTU ser subtraída em R$800 milhões, fruto de decisão invasiva e descabida do truculento Joaquim Barbosa, no STF, por provocação do pemedebista Paulo Skaff, que usou esse ardil em defesa da sonegação elitista, pois o projeto previa isenção e redução a mais de 54% dos contribuintes, como trampolim para o lançamento de sua candidatura ao governo do estado de São Paulo. Com efeito, nenhum adversário fez melhor do que esse "aliado".
De resto, pipocam nos quatro cantos do país exemplos desse comportamento aliado(?) que tem em Eduardo Cunha o maior exemplo. A toda hora maquinando por um rompimento que, se não se consolida, pelo menos mantém vivas as  esperanças do anti-petismo de que uma luz há de surgir no fundo desse túnel antes de outubro. E virá de onde esses excessivamente crédulos esperam que nunca venha a ponto de anteciparem uma posição intransigentemente seguidista cá na planície, capaz de ignorar solenemente as constantes turbulências ocorridas no âmbito do planalto. Lamentável!