Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Os maus modos de Simão Lorota

Não sou daqueles que acham que o governador deu mau exemplo por ter dito, "Minha filha, se tu destroi..." durante seu destempero ante as críticas oportuníssimas feitas a ele por três estudantes santarenas. Penso que Simão tentou mostrar-se democrático, recorrendo à linguagem familiar aos jovens pensando com isso dar mais força ao que dizia e desprezando a norma culta que, por sinal, não é a única fala existente neste país de milhões de dialetos, daí haver até publicações que defendem o fim do ensino da gramática nas escolas como forma de detonar o monopólio desse parâmetro imposto pelo colonizador português.
Acho, sim, que o grande exemplo de canalhice preconceituosa legada na fala do Lorota foi a acusação torpe que joga na costa dos discentes a responsabilidade pelas más condições físicas daquela escola. Ignorou velhacamente a acusação das alunas a respeito da quadra de esportes, aliás, construída graças ao esforço da comunidade, e partiu como um bólido pra dentro de uma sala de aula a afim de dar sentido à imprecação que havia atirado contra as alunas. Mesmo desmentido pelas imagens, manteve que as carteiras estavam destruídas por conta do mau uso.
Claro que do alto de sua visão elitista jamais admitirá que aquele compensado de péssima qualidade já durara muito, três anos, segundo o próprio Jatene, muito menos tocará no fato da SEDUC ignorar a necessidade de se ter um conjunto de normas e procedimentos à disposição do alunado, capazes de faze-los entender que aquilo lhes pertence, logo, depende em grande parte do zelo que venham a ter por ele e pela escola em geral.
Destemperado, Simão Lorota destilou todo seu ódio contra aqueles a quem no fundo acha que são vândalos, seres desprezíveis e que deveriam dar-se por satisfeitos de receber alguma migalha nessa homenagem circunstancial que o vício presta à virtude. Vale dizer, na visão tucana esse é o limite da escola pública: sua existência precária. Mais seria um desatino na medida em que se criaria um espaço de reflexão àqueles que não estão aí pra pensar, mas para engolir resignadamente a mais sórdida lorota que lhes passem aqueles que se sentem donos do poder. Triste!

Nenhum comentário: