Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A sociedade entre a fome e a vontade de comer está resultando em bola fora

O empresário paraense Raul Aguilera é um crítico ácido da atuação do banco BTG Pactual no mercado farmacêutico. Em 2009, o BTG começou a comprar redes de farmácias regionais com o objetivo de construir o maior grupo do país­ no setor. Foram sete aquisições para fazer da BR Pharma o que ela é — uma companhia com 1 186 unidades, vendas de 3,5 bilhões de reais e valor de mercado de quase 2 bilhões de reais

Aguilera, que construiu do zero uma das maiores redes regionais do país, a Big Ben, não está nem aí para números tão grandiosos. “O problema é que muita gente na BR Pharma pensa com a cabeça de banco, não entende nada de varejo”, diz ele. Vinda de um concorrente invejoso, uma crítica como essa seria coisa da vida.

O problema é que Raul Aguilera é o segundo maior acionista da BR Pharma, atrás apenas do próprio BTG. A Big Ben foi comprada pela BR Pharma em 2011. Aguilera permaneceu como acionista e responsável pela maior unidade da empresa — nas regiões Norte e Nordeste, que respondem por 45% do faturamento. Pergunte a ele o que considera da gestão de seus sócios e a resposta virá sem hesitação: “É um desastre”.

Em dois anos, Aguilera e o BTG brigaram por quase tudo: participação no conselho de administração, distribuição de lucros aos funcionários, política de compras. Em julho, Aguilera deixou o dia a dia da operação. Foi para San Diego, na Califórnia, com a mulher e duas filhas, para preparar uma mudança definitiva. Mas, diz ele, teve de voltar dois meses depois para corrigir o que considerava erros primários na condução do negócio.

Demitiu o executivo que ele mesmo havia deixado em seu lugar e reassumiu a presidência da rede que fundou em 1994. Mandou reabrir um depósito que havia sido fechado e despachou de volta para São Paulo mais de dez executivos enviados pelo BTG. A crise obrigou o executivo Carlos Fonseca, responsável pelos investimentos do BTG Pactual em empresas, a ir até Belém para evitar que as desavenças se transformassem numa guerra aberta.

O conflito com o fundador de sua principal rede pode ser o maior, mas não é o único problema que o BTG enfrenta em sua investida no mercado farmacêutico. Em 2009, quando estreou no setor com a compra da rede Farmais, o mercado brasileiro vivia um momento de euforia.

O varejo farmacêutico crescia 17% ao ano e fazia a fortuna de laboratórios nacionais, como EMS, Cristália e Aché. Mas o varejo era fragmentado. Enquanto nos Estados Unidos grupos como CVS e Walgreens tinham mais de 10 000 lojas, a maior rede do Brasil era a Pague Menos, com 350 unidades.
(Exame)

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