Jorge Paz Amorim

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Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

A pauta dos debochados

A Reforma Política que, entre outras coisas, acaba com o Caixa 2 nas campanhas eleitorais, tramita há pelo menos dois anos na Câmara. A oposição nunca deixa votar o relatório do deputado petista Henrique Fontana com alegações de varejo e recusa assumir papel propositivo, demonstrando claramente que não quer discutir novos rumos institucionais para o país, totalmente satisfeita que está com esse modelo imposto pelo demiurgo da ditadura militar/empresarial, Golbery do Couto e Silva, porque lhe é conveniente a manutenção desse repugnante balcão de negócios em que se transformou a política no Brasil, baseada na sistemática transumância fisiológica para perto do poder.
Ao passar da intenção ao gesto de ouvir o clamor popular, a presidenta Dilma agiu como se espera da dirigente maior do país. Idiotice é achar que isso significa alguma usurpação. Ora, se ela dispõe de maioria folgada no parlamento nada mais sensato do que tomar a iniciativa de dar respostas, através de sua base, aos desafios que são postos e ir ao encontro daquilo que dela espera a ampla maioria do eleitorado que nela confiou.
De 1964, quando foi dado o golpe contra a ordem constitucional; até 1989, quando foi realizada a primeira eleição pra presidente da República pós ditadura, o famigerado sistema eleitoral vigente operou pelo menos três trocas de nomes das siglas partidárias. Encerrou arbitrariamente a vida dos partidos que os golpistas encontraram em funcionamento; impôs um bi partidarismo teratológico; e, quando viu que a maioria da população era contra o que representava aquele poder discricionário, forçou o surgimento desse multipartidarismo que nada mais é do que a dissimulação daquilo que nasceu como ARENA e hoje funciona como as várias faces do "capeta" conservador, totalmente alheio aos anseios da população.
Trocas de nomes, sugestões de extinção das atuais siglas, proposições abstratas de um novo sistema apartidário não passam de mais do mesmo. Tudo que o conservadorismo não quer é a derrubada daquilo que o autoritarismo legou e que a tal 'Nova República' manteve intacta, pois tratava-se do esteio daquele pacto das elites. Não é por acaso que um ícone do fisiologismo brasileiro como é Roberto Freire, que preside há mais de trinta anos um grupelho já rebatizado três vezes, propõe que a montanha venha a parir um rato. Ou seja, nesse momento de súplica por profundas mudanças sugere a criação de CPI da Copa, votação da PEC 37 e outros tópicos do cotidiano que não operam qualquer mudança na vida política do país. É a pauta dos debochados tentando, de novo, manter incólume aquilo que aparta o povo do protagonismo que deve ter na política do país. Lamentável!

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