Jorge Paz Amorim

Minha foto
Belém, Pará, Brazil
Sou Jorge Amorim, Combatente contra a viralatice direitista que assola o país há quinhentos anos.

sábado, 25 de maio de 2013

Neymar escolhe Europa no pior momento

Ladies & Gentlemen:
A crise econômica dramática que varre a Europa já chegou ao futebol. Os clubes estão quebrados, como os países.
Acabarão se desfazendo porque não existe milagre. Você não pode ter jogadores com salários multimilionários quando a torcida está na miséria.
Você já começa a ver na Europa estádios vazios em grandes partidas, o que não acontecia antes.
O mundo do futebol é cínico. Mesmo Chrissie, minha azeda e neurastênica mulher sempre pronta a me contrariar nas coisas mais absurdas, nisso concorda comigo.
Veja na França. Os clubes queriam ficar isentos da elevação nos impostos que o presidente François Hollande aplicou para grandes empresas – os clubes são – e superricos.
“Os craques vão embora”, gemeram os cartolas.
Hollande confirmou que, sim, os novos impostos alcançarão o futebol.
Que vão embora os jogadores. Mas para onde? Para o futebol italiano, quebrado? Para o espanhol, à beira do abismo financeiro? Ou vocês pensam que Barcelona e Real Madri conseguirão viver como vivem com o país na bancarrota?
Os espanhóis já estão até pedindo a cabeça do rei. Querem a república.
Isso tudo para dizer o seguinte. Neymar está indo para a Europa na pior hora. Provavelmente seu salário, como no Brasil dos tempos de crise, começará a não ser pago em pouco tempo.
Futebol é dinheiro, gostemos ou não, e eu pessoalmente detesto.
Onde está o dinheiro, estão os mercenários da bola.
E o dinheiro sumiu da Europa, sem que nada indique que vá voltar. Portanto, os mercenários sumirão da Europa, incluída a Espanha. Já sumiram da Itália, que foi a meca e hoje não é nada. Em países sem dinheiro os clubes acabam ficando também sem, por uma regra econômica eterna e imutável como um mandamento de Moisés.
Neymar teve vida boa no Santos. Era mimado, fazia o que queria, batia pênaltis, faltas e escanteios, jamais era substituído, tirava do time quem quisesse, técnico incluído, e ainda tinha folga bastante para cuidar do cabelo e namorar com uma atriz da Globo.
Para que sair do Brasil rumo ao pesadelo econômico europeu?
Sem contar o risco da reserva glacial no inverno europeu. Sim, o banco é uma possibilidade real para ele, daqui por diante.
Veja Kaká. Veja Robinho. Desaparecidos em ação.
Ladies & Gentleman: A transferência é uma bobagem monumental. Perde o futebol brasileiro. Perde o Santos, que volta a ser um timinho. E Perde Neymar.
Ele deveria ter repetido Pelé e ficado no Santos.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kasumi Nakamura
(Diário do Centro do Mundo)

Nenhum comentário: